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Antes de entrar em campo no "Jogo das Estrelas" de 2023, Zico participou ao vivo do "Redação Sportv" nesta quarta-feira. Na entrevista, o Galinho de Quintino comparou o nível do futebol brasileiro com o de outros continentes e se mostrou preocupado, curiosamente num ano que teve dois Mundiais de Clubes e os brasileiros perderam: o Flamengo levou 3 a 2 do Al-Hilal, da Arábia Saudita, na semifinal, e o Fluminense foi goleado por 4 a 0 pelo Manchester City, da Inglaterra, na decisão.

Zico vê cenário do futebol brasileiro com preocupação: "Supremacia no futebol sul-americano e não passa daí"

Zico vê cenário do futebol brasileiro com preocupação: "Supremacia no futebol sul-americano e não passa daí"

- A gente vê o cenário do futebol brasileiro com muita preocupação. Com muita supremacia aqui no futebol sul-americano, mas não passa daí. Esse é o problema, o sentido de inferioridade em relação a outros lugares é muito grande. Equilibra jogo hoje com futebol asiático, africano... Aquele negócio de pegar jogadores mais rodados e trazer, e eles fazem sucesso por aqui. Então o futebol hoje está preocupante em relação a isso.

Um sul-americano não conquista o Mundial há 11 anos, desde o Corinthians em 2012. E nos últimos títulos do Brasil (Corinthians, Internacional e São Paulo) os times "jogaram por uma bola". Para Zico, o futebol brasileiro parou no tempo e perdeu sua essência do drible e criatividade:

Flamengo perdeu para o Al-Hilal na semifinal do Mundial — Foto: REUTERS/Andrew Boyers

- Eu creio que o futebol brasileiro parou um pouco no tempo no sentido da sua criatividade e essência. "Ah, isso é passado, não vai ter mais". Vai ter sim. E isso começa na base. O que está acontecendo? Você forma bons jogadores na base, eles com 16, 17 anos, vão embora. E lá entram numa de esquecer o importante do futebol brasileiro. Hoje o drible ficou uma coisa quase fora do futebol. Precisa entrar naquela forma de jogar, preparo físico absurdo, profissionalismo absurdo.

Por fim, Zico também criticou a questão do profissionalismo dos jogadores no Brasil:

Julian Alvarez comemora o gol do Manchester City contra o Fluminense — Foto: Tullio Puglia/Fifa/Getty Images

- Essa é a grande diferença lá fora para cá, aqui continuamos sem aquele profissionalismo. Não tem jeito, com o calendário que é, jogo de três em três dias, tem que viver praticamente para o futebol. não pode ter muita diversão, perder noite, deixar de se alimentar, de treinar... Se for jogar contra eles (europeus), vai perder. Pode fazer um jogo duro aqui ou lá, mas a tendência é apanhar.

O tradicional "Jogo das Estrelas" de Zico será na noite desta quarta-feira no Maracanã, e teve venda antecipada de 35 mil ingressos (haverá venda também no local). Entre as novidades desse ano estão: D'Alessandro, Geromel, Claudinho, Wendel e o argentino Palermo.

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