Rafael recebe homenagem de John Textor com placa antes de aposentadoria
A vitória sobre o São Paulo por 2 a 1 que garantiu o tricampeonato brasileiro foi uma tarde especial para todos os botafoguenses presentes ao Estádio Nilton Santos. Mas, para um deles ainda mais: o lateral-direito Rafael.
Torcedor declarado do clube, o jogador chegou ainda durante a disputa da série B em 2021, participou de todo o processo de reconstrução com a venda da SAF e se aposentou, no último domingo, com o título do Brasileirão - além de ter erguido a Libertadores no último dia 30.
Como "presente" após o jogo contra o São Paulo, ele foi chamado pelo companheiros para, de fato, erguer o troféu como símbolo do que viveu nesse período no Glorioso. Depois de um período vitorioso na Europa, ele optou por voltar ao Brasil, mesmo em "tempo das vacas magras" no Botafogo.
E isso não foi algo simples, porque exigiu sacrifícios para vestir a camisa do clube do coração e o fez sem pensar duas vezes.
- O clube estava passando por um momento muito complicado e eu falei "quero jogar no Botafogo, arruma um jeito". Ele [Durcésio] falou que não tinha como pagar e eu falei que naquele ano ia sem receber. Era um salário de R$ 5 mil só. Acho que esse foi o maior sacrifício. Mas eu quero falar que é tempo de Botafogo. Estou muito feliz - afirmou em entrevista exclusiva ao ge.
Antes da bola rolar, o defensor recebeu uma placa de homenagem pelos três anos dedicados ao clube. Rodeado por familiares emocionados, ele também foi aplaudido pelos companheiros logo após o aquecimento.
Rafael viveu momentos desafiadores com sequência de lesões desde que voltou ao Rio. O atleta não atuava pelo Botafogo desde o início de abril, quando sofreu uma fratura na patela do joelho esquerdo. A última vez que entrou em campo foi no dia 3 de abril deste ano, contra o Junior Barranquilla, pela fase de grupos da Libertadores.
Por volta de 42 minutos do segundo tempo da partida diante do São Paulo, o jogador foi chamado por Artur Jorge para selar sua trajetória. Prestes a entrar em campo, ele cantou com a torcida, como um torcedor dentro de campo, até correr para o corredor direito do gramado, onde fez 19 temporadas como profissional entre Manchester United, Lyon, Basaksehir e Botafogo.
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- Passa tudo na cabeça, passa um filme. Quero agradecer a todo esse plantel, o Arturt Jorge, o Textor, a todos que trabalham no dia a dia. Eu poderia terminar a caminha carreira sem ganhar no Botafogo porque eu não joguei muito, mas esses caras me deram esses dois títulos que eu vou levar para a minha vida.
- Eu já ganhei bastante títulos, mas esses dois foram os mais importantes da minha vida - disse.
Agora com o sossego na rotina, Rafael diz que aproveitar pelo menos seis meses "sabáticos" para curtir com a família - ao lado da esposa e os três filhos. Essa será a prioridade, porém já projeta sua carreira fora de campo como gestor. Desde outubro ele integra uma das turmas do curso de gestão de futebol da CBF e deseja, depois que descansar, voltar ao ambiente do esporte.
Rafael fez 40 jogos pelo Botafogo. Seu irmão gêmeo Fábio, que estava no Grêmio, também comunicou aposentadoria aos 34 anos.
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