TIMES

Por Martín Fernandez — Bangkok, Tailândia


Para vencer a disputa pela sede da Copa de 2027 seriam necessários pelo menos 104 votos – metade mais um dos 207 votos disponíveis. O Brasil obteve 119, contra 78 da candidatura europeia, formada por Holanda, Alemanha e Bélgica. Dez federações não registraram voto, sendo sete abstenções, duas por falha técnica e uma não explicada.

Brasil será sede da Copa do Mundo feminina de 2027

Brasil será sede da Copa do Mundo feminina de 2027

Após o resultado, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, se mostrou entre aliviado e positivamente surpreso com o número de votos do Brasil.

– Esperava que fosse mais apertado – afirmou ao ge, ainda no palco no Congresso da Fifa, enquanto os outros integrantes da delegação brasileira festejavam.

Mapa da votação que elegeu o Brasil como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 — Foto: Infoesporte

O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez – que também é um dos seis vice-presidentes da Fifa – se empenhou pessoalmente para conseguir os votos necessários para levar a competição ao seu continente.

– É um grande triunfo para a Conmebol. Vamos ter o Mundial Sub-17 na Colômbia, o Sub-20 no Chile, a Copa Feminina no Brasil e a Copa do Mundo de 2030 em Uruguai, Argentina e Paraguai – disse.

Apresentação da candidatura do Brasil a sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 durante Congresso da Fifa — Foto: EFE/EPA/Rungroj Yongrit

A vitória do Brasil teve dois méritos notórios, públicos: o fato de nenhuma das nove edições anteriores da Copa do Mundo Feminina ter sido organizada na América do Sul e a melhor nota no relatório de avaliação técnica publicado pela Fifa na semana anterior (4, numa escala de 1 a 5, contra 3,7 da candidatura europeia).

Mas os resultados não se explicam só por isso. Há preferências pessoais dos dirigentes de turno, identificações (ou desavenças) históricas entre países, alianças por conveniência, acordos e traições.

Eleições como esta permitem que os EUA e a Rússia estejam do mesmo lado: ambos votaram no Brasil. A Rússia, aliás, foi o único país europeu a não ter votado na candidatura da Uefa. A entidade proibiu a participação de times russos em seus torneios desde o início da guerra na Ucrânia.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, anuncia o Brasil como sede da Copa Feminina de 2027 — Foto: MANAN VATSYAYANA / AFP

Além dos 51 votos de seus próprios filiados, a candidatura apoiada pela Uefa obteve apenas 27 votos da Europa. Alemanha, Holanda e Bélgica, por estarem envolvidas na disputa, estavam proibidas de votar. Um desses votos foi da China.

A desistência das candidaturas da Concacaf (México/EUA) e da Confederação Africana de Futebol (África do Sul) também terminaram por beneficiar o Brasil. A maioria dos países desses continentes votou na candidatura brasileira.

Marrocos, por exemplo, que em 2018 recebeu um voto não-combinado do Brasil na disputa pela sede Copa de 2026, retribuiu o presente e agora votou no Brasil.

Houve algum desapontamento, entre quem trabalhou pela campanha brasileira, com certos votos da América Central na candidatura da Europa, como Guatemala, Costa Rica e República Dominicana. Algo que sempre pode ser lembrado numa próxima eleição.

Veja também

Mais do ge