Além do convite ao meio-campo do West Ham e da Seleção Brasileira, Lucas Paquetá, a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas no Senado aprovou ainda requerimentos que dizem respeito diretamente ao futebol local. Os parlamentares aprovaram a convocação de William Pereira Rogatto, apontado como chefe de um esquema de manipulação de resultados no Candangão deste ano.
A comissão aprovou ainda a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, que diz respeito a mensagens eletrônicas, de Rogatto. Segundo investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), dois jogadores do Santa Maria, que tinha Rogatto como um investidor oculto no Santa Maria, equipe que terminou o Candangão deste ano rebaixada, agiram deliberadamente para manipular resultados da equipe.
Em março, o MPDFT deflagrou a Operação Fim de Jogo, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra dois jogadores do Santa Maria: o lateral-direito Nathan Henrique Gama da Silva e o zagueiro Alexandre Batista Damasceno. Na ocasião, foram apreendidos telefones celulares dos jogadores. O MPDFT também havia expedido uma ordem de prisão contra Rogatto, que não foi cumprida pelo fato do suposto chefe do esquema morar na Europa.
O processo traz detalhes de como os jogadores agiram: eles provocaram pênaltis, fizeram gols contra e negligenciaram propositadamente a marcação de adversários para que eles pudessem marcar gols contra o Santa Maria.
— A tentativa da CPI é conquistar o que ninguém conquistou. Ou seja, ouvi-lo (Rogatto). Então fizemos a nossa obrigação e não mediremos esforços para trazê-lo à CPI. Nós temos que entrar a fundo não só no futebol do Rio e de São Paulo, nas Séries A, B e C, onde quer que tenha acontecido esse tipo de crime com rigor, e assim agiremos — afirmou o presidente da CPI, senador Jorge Kajuru (PSB-GO).
O processo detalha como os dois agiram para garantir que o Santa Maria seria goleado. Apostadores sabiam previamente dos resultados das partidas e obtinham lucros indevidos com os palpites.
Presidente e ex-presidente também devem ser ouvidos
Em reunião realizada em abril, os membros da CPI já haviam aprovado o convite à presidente do Santa Maria, Dayana Nunes, e o ex-presidente do clube, Erivaldo Alves.
À época da operação do MPDFT, o Santa Maria se manifestou por meio de uma nota oficial, assinada por Erivaldo Alves, afirmando que qualquer ataque à equipe era, nas palavras dele, "desproporcional e desrazoável (sic)".
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