04/09/2015 08h56 - Atualizado em 04/09/2015 08h56

Greve do INSS chega a 60 dias no TO e não há previsão de retorno

Nova reunião será feita nesta sexta-feira (4), em Brasília.
Servidores afirmam que tiveram salário cortado pelo governo federal.

Do G1 TO

Cidades Paralisação
Palmas Parcial
Arraias Total
Araguaína Parcial
Gurupi Parcial
Tocantinópolis Parcial
Guaraí Total
Colinas Parcial
Araguatins Parcial
Paraíso do Tocantins Parcial
Miracema do Tocantins Parcial
Dianópolis Parcial
Porto Nacional Não aderiu

A greve do INSS no Tocantins completa 60 dias nesta sexta-feira (4) e ainda não há uma previsão de término. A paralisação começou no dia 7 de julho e quem precisa do serviço até consegue, mas só depois de muita insistência, pois o atendimento só é realizado parcialmente e mediante agendamento. Este é o caso de Ismael Lima Silva, de 30 anos. Ele teve um acidente e rompeu os ligamentos de um dos joelhos, em dezembro de 2014.

O servidor dos Correios conseguiu o auxílio-doença, mas o benefício venceu em agosto, quando ele conseguiu fazer a cirurgia. Silva vive em Araguaína, no norte do Tocantins.

Agora, em meio às sessões de fisioterapia, ele enfrentou uma maratona para marcar uma nova perícia. “Vai lá [na agência] e está sempre fechado. Fui três vezes, mas só dava de cara com o vigia. Consegui marcar pela internet e só para o dia 1º de outubro."

Ele conta que tem dificuldade para fazer as tarefas diárias, pois vive sozinho. "É complicado para fazer as coisas de casa. Como não estou dando conta preciso pagar para alguém, sem contar as despesas.”

Greve
Das 12 agências de atendimento do estado, apenas a de Porto Nacional, a 66 km de Palmas, não aderiu ao movimento. Entretanto, apenas em dois postos o atendimento está totalmente paralisado. A categoria afirma que está atendendo ao mínimo legal e mesmo assim teve a remuneração cortada.

O representante dos servidores administrativos no Tocantins, Raliel Oliveira, afirmou que uma nova reunião será feita com o governo federal, em Brasília, nessa sexta-feira (4). “A expectativa é que tenhamos uma posição mais concreta até o dia 11 de setembro”, afirmou.

Atendimento
Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência (Sintfesp-GO/TO), apenas em Arraias e Guaraí o atendimento está totalmente paralisado. Já as agências de Palmas, Araguaína, Gurupi, Tocantinópolis, Araguatins e Colinas do Tocantins, Paraíso do Tocantins, Miracema do Tocantins e Dianópolis estão atendendo parcialmente, por meio de agendamento.

De acordo com Oliveira, o INSS tem um número total de 189 funcionários no estado. Destes, 120 são atendentes e 56 (46,66%) estão em greve. Ainda segundo ele, outros quatro servidores são da área administrativa e também aderiram a paralisação.

O representante disse que não há um levantamento de quantas pessoas estão sendo prejudicadas, visto que a categoria "está observando o mínimo exigido por lei e apenas em duas agências os servidores decidiram não atender. Ainda assim, o governo federal cortou o salário dos servidores sem ter uma declaração de ilegalidade da greve dada pela Justiça."

O G1 entrou em contato com o instituto para saber o número de pessoas que estão sendo prejudicadas, mas as ligações não foram atendidas. Já o movimento grevista afirmou que não tem esse levantamento.

Peritos
Conforme o vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social, Samuel Abranques, a categoria também deve parar. "Vamos deflagrar, a partir desta sexta-feira, uma paralisação por tempo indeterminado, mantendo o mínimo legal de atendimento. O que nós vamos deixar de atender são pessoas que já fizeram perícias e estão tentando prorrogar ou encerrar o benefício". Segundo ele, são 23 médicos peritos no Tocantins e, pelo menos, sete continuarão atendendo.

Reivindicações
Segundo a diretora de organização e política sindical do Sintfesp-GO/TO, Teresinha de Jesus Aguiar, os servidores pedem ao governo federal a reposição de perdas salariais de 27,3%, além da implementação de data-base, realização de concurso público e revisão das gratificações produtivas.

Já os peritos reivindicam jornada de 30h semanais, sem perdas salariais, incorporação de 100% da GDAPMP, redução dos níveis de progressão salarial de 16 para 10, recomposição salarial de 27%, recomposição do quadro de peritos e fim da terceirização da perícia médica, entre outros.

 

veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de