Pelo segundo dia consecutivo, houve confusão envolvendo funcionários e sindicalistas em frente à LG em Taubaté (SP). Nesta quinta-feira (10) a polícia teve que acompanhar a entrada dos trabalhadores na unidade após tumulto. A greve na fábrica completou uma semana e é causada pela demissão de 453 trabalhadores.
Segundo funcionários ouvidos pelo G1, o sindicato barrou a entrada dos trabalhadores, exigindo adesão à greve. O sindicato quer que a empresa reverta as demissões.
Desde o início desta semana, sindicalistas e funcionários demitidos estão acampados em frente à empresa, no portão próximo à Via Dutra. A LG informou que a justiça concedeu uma liminar de interdito proibitório, que impede os representantes da categoria de barrarem o acesso dos empregados à unidade.
Segundo uma funcionária, que preferiu não se identificar, na entrada do primeiro turno, funcionários do call center e administrativo foram barrados. “Nós chegamos nos ônibus que a empresa disponibilizou e o sindicato fez um cordão, que impediu a nossa passagem. A polícia desceu e tentou negociar, mas foi sem sucesso”, disse. O grupo só conseguiu entrar na fábrica por volta de 12h após entrar por um acesso alternativo, na rodovia Carvalho Pinto.
escolta da PM (Foto: Bruno Pellegrine/
TV Vanguarda)
Outro trabalhador contou que durante uma das tentativas de acesso à LG, os funcionários foram ofendidos pelos sindicalistas. “O sindicato ficou o tempo todo ofendendo os trabalhadores, precisou a polícia fazer um cordão para que não houvesse confronto. Eu quero entrar para trabalhar. O sindicato ficou o tempo todo nos ameaçando”, afirmou.
O sindicato nega que tenha impedido a entrada de funcionários e diz que a situação foi pacífica. Acrescentou ainda que a ação desta manhã foi uma tentativa de convencer os trabalhadores à aderirem à paralisação.
Força Tática
Por volta das 11h30, policiais da Força Tática, tropa da PM especializada em ações de choque, permitiu que os trabalhadores entrassem. As viaturas escoltaram os ônibus que levavam os empregados. A Polícia Militar informou que foi acionada e que enviou viaturas como forma de prevenir eventuais confrontos no local.
Por meio de nota, a empresa informou que respeita o direito de greve, mas repudia atos de intimidação ou violência, e ainda esclarece que os colaboradores têm direito ao trabalho, caso não desejem aderir à greve.
A LG ainda acrescentou que desde esta quarta-feira (9) reativou os cartões de controle de jornada e que os dias de trabalho serão considerados normais.
Conflito
Na última quinta-feira (3), antes das demissões, houve confusão. Funcionários acusaram o sindicato de agressão e roubo, durante um protesto em frente à fábrica. Segundo uma funcionária, que não quis se identificar, os sindicalistas teriam barrado e intimidado funcionários que se recusaram a participar de uma passeata.
Durante uma das discussões, um funcionário relatou à polícia que foi agredido por sindicalistas. Outro trabalhador também diz que foi agredido e teve o celular furtado - o aparelho estaria sendo usado para filmar a ação dos sindicalistas. Outras duas vítimas fizeram boletim de ocorrência por agressão verbal.
Os funcionários registraram o Boletim de Ocorrência (BO). O caso será investigado e, se os agressores forem identificados, vão responder por atentado contra liberdade de trabalho.
(*) Colaborou Poliana Casemiro