15/12/2015 13h41 - Atualizado em 15/12/2015 13h44

Pesquisadores da USP desenvolvem programa de alerta de vazamentos

Quando finalizado, software deverá ajudar a reduzir o desperdício de água.
Estudo é realizado em São Carlos em parceria com o Daae de Araraquara.

Do G1 São Carlos e Araraquara

Pesquisadores do Departamento de Hidráulica da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos estão desenvolvendo um programa de computador para detectar até os menores vazamentos nas redes de abastecimento de água. O estudo, realizado em parceria com o Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae) de Araraquara, precisa de mais um ano de testes e, quando ficar pronto, poderá ajudar municípios da região a evitar o desperdício.

A ideia dos pesquisadores é colocar na tubulação sensores capazes de emitir sinais para o software e apontar vazamentos ainda imperceptíveis para os moradores e as concessionárias. “Esses dados de pressão são analisados para emitir alarmes de vazamento”, explicou a professora Luisa Fernanda Ribeiro Reis.

Sistema da USP analisa a variação de pressão na rede de abastecimento (Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV)Sistema analisa a variação de pressão na rede de
abastecimento (Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV)

As vantagens são o reparo rápido e a redução do desperdício, que traz diversos prejuízos. “Prejuízos econômicos para a companhia de abastecimento, nós temos prejuízos ambientais, prejuízos à saúde pública porque um vazamento é uma porta de entrada para contaminação na rede de abastecimento”, exemplificou Luisa.

Com isso, problemas como os enfrentados pelos moradores da Rua São Francisco, em São Carlos, devem diminuir. Eles convivem com um vazamento e já cansaram de acionar o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).

“Eles falam que mandam vir, mas não aparece ninguém. Vieram uma vez, olharam, falaram que não era problema deles e foram embora. Meu genro ligou de novo, eu liguei, eles não vieram, falaram que ia vir uma pessoa, mas não apareceu ninguém”, contou a dona de casa Margarida Mendes.

“Pessoas vêm e não resolvem, voltam para trás e o vazamento continua, o desperdício continua”, criticou a cabeleireira Maria Elizabete Souza. “De repente, abre um buraco bem grande e aí talvez, quem sabe, eles tomem uma providência”, completou.

De repente, abre um buraco
bem grande e aí talvez,
quem sabe, eles tomem
uma providência"
Maria Souza, cabeleireira

O mesmo acontece no Planalto Paraíso, na Rua Ambrósio dos Santos. “É um descaso para a gente, para a população, economiza água e vê um desperdício desses”, disse a aposentada Marilene Morales Alves.

“A gente economiza água em casa, sempre tem aquela propaganda para a gente economizar água, e chega aqui e está desse jeito. É uma água limpa e acho que tem que ser resolvido isso o mais rápido possível”, criticou a empresária Lúcia Dantas.

Saae
O Saae informou que tem cerca de 200 vazamentos cadastrados e que as cinco equipes consertam em média 25 rompimentos por dia, e admitiu que existem alguns atrasos no cronograma de reparos.

 

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