A falta de equipamentos de segurança e condições inadequadas de trabalho no Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Santos, no litoral de São Paulo, foram alvo de denúncias de funcionários. O Ministério Público já instaurou um inquérito para apurar as denúncias.
De acordo com um homem, que denunciou a precariedade do sistema, mas preferiu não se identificar, a maioria das ambulâncias do SAMU não possuem caracterização e ar-condicionado. “Dentro do veículo chega a fazer 50ºC. Hoje, só uma (ambulância) tem ar-condicionado, mas esse carro, só nesta semana, teve duas panes. Inclusive, não conseguiu socorrer uma vítima de parada cardíaca”, disse.
Pelo menos duas ambulâncias do SAMU estão paradas na garagem da prefeitura. Ainda segundo o denunciante, o número de ambulâncias para atender toda a cidade não é suficiente. “Entre remoção e pacientes, o SAMU, hoje, faz cerca de 80 chamadas por dia. Você faz a conta por cinco viaturas. Como é que você vai atender uma população grande em Santos só com isso?”, completou.
O Ministério Público abriu um inquérito para apurar algumas denúncias. Além da falta de manutenção e de ambulâncias, há reclamações sobre atraso nos pagamentos.
Segundo a Prefeitura de Santos, o pagamento não foi feito, pois a SOS Ambulâncias, empresa contratada para auxiliar no sistema de resgate de Santos, não havia apresentado a documentação exigida no contrato. Essa documentação só foi entregue na última segunda-feira (20). O dinheiro foi depositado na última terça-feira, mas, segundo a administração municipal, o contrato foi rompido.
O secretário de saúde de Santos, Marcos Calvo, explicou que outra empresa já foi contratada em caráter emergencial. “A exigência do contrato era ambulância 0 km e com ar-condicionado. Essas questões, que são básicas, a empresa não cumpriu. Nem a caracterização conseguiu cumprir. Quando o prazo se encerrou, nós tomamos as medidas cabíveis, que foi romper com a empresa. Outra empresa prestará o serviço em caráter emergencial”, falou.
A SOS Ambulâncias disse que, pouco a pouco, os veículos estavam sendo equipados com ar-condicionado. O responsável pela empresa afirma ainda que, até o momento, não foi notificado sobre o rompimento do contrato, embora já tenha conhecimento.