21/12/2015 18h18 - Atualizado em 21/12/2015 18h18

Sistema Alto Tietê apresenta nova recuperação e opera em 21,7%

Percentual é igual à operação das represas no dia 7 de junho deste ano.
Volume armazenado apresentou a nona elevação consecutiva.

Do G1 Mogi das Cruzes e Suzano

 

Represa de Ponte Nova, em Salesópolis, no dia 14 de outubro (Foto: Maiara Barbosa/ G1)Represa de Ponte Nova, em Salesópolis, no dia 14 de outubro (Foto: Maiara Barbosa/ G1)

 

As represas do Alto Tietê voltaram a registrar aumento no volume de água armazenado nesta segunda-feira (21). De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Sistema Alto Tietê opera em 21,7%, a nona elevação consecutiva. No domingo o sistema operava em 21,5% e no sábado (19) em 21%.

O percentual de água armazenada atualmente no sistema é o mesmo do dia 7 de junho deste ano.

A pluviometria acumulada em dezembro está em 176,7. Ela já representa 91% da média histórica prevista para dezembro que é de 192,8 mm.

 A Sabesp informou que a transferência da represa Billings ao Alto Tietê passou a operar com 100% da capacidade no dia 11 de dezembro. Segundo a companhia, são transferidos 4 mil litros por segundo da Billings, que está cheia, para a Represa de Taiaçupeba.

Essa é a principal obra do governo contra a crise hídrica, a interligação entre os sistemas Rio Grande, no ABC Paulista, e Alto Tietê, em Suzano, foi inaugurada no dia 30 de setembro e custou R$ 130 milhões, mas operava com apenas 25% da vazão (mil litros por segundo). A vazão havia sido reduzida após um córrego alagar ruas em Ribeirão Pires e obras tiveram que ser feitas.

 

Recuperação
O engenheiro e sanitarista José Roberto Kachel disse que o volume do Sistema Alto Tietê chegará a 80% em dois anos e meio, caso o índice de chuvas continue em elevação e atingindo as médias históricas. "Se as vazões continuarem na média da série histórica, em dois anos e meio o sistema chega a 80%", prevê Kachel.

"A situação está bem mais tranquila do que o ano passado. Além do que o Cantareira está melhorando e a simulação dele mostra que até março do ano que vem ele se livrará do volume morto", continuou o engenheiro.

Programa Nascentes
O governador Geraldo Alckmin esteve na Represa de Paraitinga no dia 13 de novembro, em Salesópolis, para o plantio de 110 mil mudas do Programa Nascentes.

Os beneficíos do cultivo, como a maior frequência de chuva e maior consistência das margens dos cursos d'agua, evitando erosões, já poderão ser observados em um ano, segundo o governador. "O benefício é muito rápido. Vi uma aroeira que foi plantada há 70 dias e já está dando frutos. Se voltarmos aqui no ano que vem, já vamos observar uma melhora significativa nas margens da represa", destacou.

Chuva em 2015
Novembro terminou com chuva 64% superior à média histórica. O mês de outubro terminou sem que as chuvas atingissem a média história. Ao longo do mês choveu 94,5 mm, 82,2% da média histórica de 115 milímetros.

Em setembro choveu o dobro do esperado para o mês no Alto Tietê. Segundo a Sabesp, a pluviometria acumulada foi de 170,2 mm, 108% superior à média histórica. Após 40 dias em queda, o índice dos reservatórios voltou a subir no dia 8. A média histórica foi superada no dia 9 de setembro, quando, em apenas um dia, choveu 57,3 mm. Esta foi a maior chuva do ano.

As chuvas de agosto foram 49% menores do que o esperado. A pluviometria acumulada ficou em 18,6 mm, quando a média histórica é de 36,7 mm.

Julho chegou ao fim com uma pluviometria 16,6% maior do que a média histórica para o mês, segundo os dados da Sabesp. A pluviometria foi de 57,4 mm e a média histórica para o mês era de 49,2 mm.

Em junho choveu menos do que a média histórica. A pluviometria acumulada no mês foi 31,1% menor do que a média histórica, que é de 55,5 mm.

Já entre fevereiro e maio choveu mais do que a média histórica. Antes de junho, o índice foi inferior à média apenas em janeiro, quando a pluviometria foi 58,7% menor do que a média histórica.

O sistema
Desde dezembro de 2013, a água da região é utilizada para abastecer parte dos moradores antes atendidos pelo Cantareira em bairros como Penha, Cangaíba, Vila Formosa, Vila Maria e parte da Mooca.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a população atendida pelo sistema saltou de 3,8 milhões de pessoas para 5 milhões. Um ano depois de começar a ser usado como reforço do Cantareira, em dezembro de 2014, o sistema chegou a operar com apenas 4,2% da capacidade. O volume das represas aumentou do início do ano até maio, quando atingiu o pico de 2015 de 23,3% no dia 14. Desde então tem sofrido sucessivas quedas.