O autônomo Antônio de Mendonça Viana, que é deficiente físico, está participando do 4ºato ‘Acorda Aracaju’ nesta terça-feira (2). Ele é natural do Rio de Janeiro, mora em Aracaju há 4 anos e protesta contra as dificuldades de locomoção para pessoas com necessidades especiais.
“Em comparação ao Rio de Janeiro, Aracaju fica muito atrás com relação a mobilidade urbana. Quem necessita de cuidados especiais enfrenta dificuldades para andar nas ruas e calçadas. Estacionar também é muito complicado, as pessoas não respeitam as vagas reservadas”, lamenta.
Antônio participou de todas as manifestações realizadas em Aracaju. Com cadeira de rodas, ele chegou sozinho e segue a maior parte do percurso. “Não abro mão de sair de casa em prol de lutar pelo bem da população. O maior problema que a população enfrenta é a saúde publica que é escassa em todo o país”, revela.
Os manifestantes retornaram às ruas de Aracaju na tarde desta terça-feira (2) para protestar contra o valor da tarifa e qualidade do transporte público. Os motivos das reinvindicações se ampliaram e os sergipanos confeccionaram cartazes em protesto aos custos da Copa do Mundo, problemas no serviço público, corrupção, educação e cidadania.
A concentração foi realizada na Praça Fausto Cardoso, por volta das 15h, as ruas do Centro da capital já aglomeravam dezenas de pessoas, desde crianças até idosos. De lá, os manifestantes seguem em caminhada pelas avenidas Ivo do Prado, Barão de Maruim e Desembargador Maynard em direção à Prefeitura de Aracaju, no Conjunto Costa e Silva, onde vão protocolar um pedido de audiência pública com o prefeito João Alves Filho.
“O Movimento Não Pago quer continuar a discussão sobre o valor da tarifa de ônibus cobrada em Aracaju e mostrar as irregularidades nas planilhas de custos apresentadas pelos empresários do setor”, afirma um dos coordenadores do movimento, Cleidson Carlos Santos Vieira.
A passeata segue de forma pacífica nas ruas e até o momento nenhuma ocorrência foi registrada. “O grupo está crescendo nas ruas. Todos estão protestando de forma muito bonita, sem violência”, garante o ralações públicas da Polícia Militar, Major Paiva.
Em seguida, o manifesto vai seguir pela avenida Tancredo Neves até o terminal de integração dos ônibus do Distrito Industrial de Aracaju (DIA) onde o professor de Filosofia na Universidade Federal de Sergipe (UFS), Romero Venâncio, vai ministrar uma aula sobre ‘Desobediência Civil e Transporte Público’.
Segundo a organização do Movimento Não Pago, a aula será embaixo do viaduto Jornalista Carvalho Déda onde o tráfego será interrompido temporariamente.
Os protestos foram iniciados no início de junho em São Paulo e ganharam às ruas de dezenas de cidades do Brasil. O primeiro ato Acorda Aracaju foi realizado no dia 20 de junho reunindo mais de 20 mil pessoas. O segundo protesto ocorreu no dia 26 e levou 10 mil manifestantes às ruas. No dia 28 de junho mais de mil pessoas voltaram e realizaram mais um ato.