12/12/2013 17h54 - Atualizado em 12/12/2013 19h57

‘A situação é crônica’, diz governador do Rio sobre chuvas na Baixada

Em reunião, Sergio Cabral anunciou criação de gabinete integrado.
Defesa Civil calcula três mil famílias desalojadas e 150 desabrigadas.

Cristiane CardosoDo G1 Rio

Estrada Velha Carlos Sampaio, em Austin, Nova Iguaçu, ficou destruída após o temporal (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Estrada Velha Carlos Sampaio, em Austin, Nova Iguaçu, ficou destruída após o temporal (Foto: Cristiane Cardoso/G1)

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, se reuniu nesta quinta-feira (12), na sede do Corpo de Bombeiros de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, com dez prefeitos da região, secretários e órgãos do governo, para anunciar a criação do Gabinete Integrado da Baixada. De acordo com ele, representantes do governo e municípios estarão 24 horas por dia no Centro Integrado de Comando e Controle, no Centro do Rio, para monitorar a região. Na ocasião, o governador declarou que “é uma luta contra o tempo” e que a situação das consequências das chuvas na Baixada “é um problema crônico”.

"Nós já colocamos mais de R$ 1 bilhão em investimentos na região, com habitações e dragagens. Mas ainda há demandas. É uma luta contra o tempo para que não seja perpetuada essa situação que é crônica. Como as chuvas não pararam, estamos todos em alerta, inclusive em Nilópolis e Magé, que foram cidades que apresentaram menores danos", declarou Cabral após a reunião.

Governador se encontrou com diversos prefeitos e autoridades (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Governador se encontrou com diversos prefeitos e
autoridades (Foto: Cristiane Cardoso/G1)

No início do encontro com os prefeitos de Nova Iguaçu, Paracambi, Seropédica, Queimados, Nilópolis, São João de Meriti, Mesquita, Duque de Caxias, Belford Roxo e Japeri, o governador teve acesso à previsão de mais chuvas para as cidades e admitiu a necessidade de um trabalho integrado entre governo do estado e municípios.

“Sabemos o que vem por aí. Sabemos que temos que trabalhar juntos. Não é hora de ficar apontando quem errou e quem não errou. Há várias ações simultâneas, temos muitos equipamentos da Secretaria de Obras e Inea [Instituto Estadual do Ambiente] já na Baixada, estamos com profissionais da Defesa Civil e bombeiros envolvidos, são quase 400 homens dos Bombeiros. Esse gabinete vai trabalhar com a integração da informação", afirmou.

3 mil desalojados
De acordo com o coronel Sergio Simões, a Defesa Civil calculou que havia, até 16h desta quinta-feira, três mil pessoas desalojadas e 150 desabrigadas. Ele acredita, no entanto, que esse número tende a diminuir após o retorno de famílias paras as suas residências.

"Concentramos todo nosso esforço no socorro das populações. A gente assume uma nova fase de assistência humanitária das famílias que estão desalojadas ou desabrigadas. Ainda estamos no meio do desastre, certamente o número de desalojados vai render a zero e os desabrigados ainda serão analisados", declarou Simões, que acrescentou ainda que os municípios mais afetados foram Nova Iguaçu e Queimados.

Rua Alcione, em Nova Iguaçu, também ainda exibe marcas da forte chuva de quarta (11) (Foto: Cristiane Cardoso/G1)Rua Alcione, em Nova Iguaçu, também ainda exibe marcas da forte chuva de quarta-feira (11) (Foto: Cristiane Cardoso/G1)

Ações imediatas
Cabral afirmou ainda que as medidas urgentes para a região são dragagem dos rios e a retirada de pessoas de áreas com risco, entre 3.500 e 5 mil residências construídas em locais que oferecem perigo em caso de chuvas fortes.

“No ponto de vista pra evitar que se perpetue, as medidas urgentes são dragagem e retirada das pessoas das áreas de risco. As medidas emergenciais são aluguel social para as famílias, retirada das famílias em áreas de risco, defesa civil atenta e atuando fortemente, todos os equipamentos em condições, kits para que essas famílias tenham dignidade, dragagem de rios, essas são ações imediatas", listou.

O governador afirmou também que atualmente 15 mil famílias recebem aluguel social no estado do Rio. Ele acredita, no entanto, que após os estragos das chuvas na Baixada, esse número suba para 17.500. "Só em Queimados são 600 famílias, e 1.400 famílias em Nova Iguaçu, que precisam sair, depende de cada município", disse.

Reunião nesta sexta
O governador declarou ainda que nesta sexta-feira (13), às 11h, ele e os demais integrantes do gabinete se encontrarão com o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, e o coronel Adriano, no Centro Integrado de Comando e Controle. "Ali se tem uma administração geral de toda a região. Vamos avaliar os danos da região noroeste fluminense."

Estiveram na reunião desta quinta o vice-governador Pezão, Wilson Carlos (secretário de Governo), Hudson Braga (Obras), Carlos Minc (secretário do estado do Ambiente), Zaqueu Teixeira (Social), Cristiano Áureo (Agricultura), Sérgio Cortes (Saúde), Gustavo Tutuca (Ciência), Marilene Ramos (Inea) e Sergio Simões (Defesa Civil).

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