Os moradores de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, que tiveram várias casas destruídas por causa do tornado que atingiu a região na noite de segunda-feira (13), enfrentam a cheia do Rio Marrecas, que cruza a cidade. Para evitar a possibilidade de alagamentos, algumas famílias em área de risco tiveram que deixar suas residências na manhã desta quarta-feira (15).
(Correção: Ao ser publicada, eesta reportagem errou ao informar que havia 71 pessoas feridas no Paraná em decorrência das chuvas. A informação tinha sido repassada pela Defesa Civil, que corrigiu os dados no fim da tarde desta quinta-feira (15). Os números foram corrigidos às 20h13)
A chuva atinge todo o Paraná desde sexta-feira (10) e deve continuar ao menos até esta quinta-feira (16). Segundo o Corpo de Bombeiros, até a manhã desta quarta, o nível do Rio Marrecas tinha subido quatro metros acima do normal.
O último boletim da Defesa Civil Estadual, divulgado às 18h de terça-feira (14), mostra que as tempestades dos últimos dias deixaram 35 pessoas feridas em 42 municípios atingidos. Ao todo, 21.263 pessoas foram prejudicadas por causa dos alagamentos e destelhamentos.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural de Francisco Beltrão estima que os prejuízo no interior do município, área mais atingida, passem de R$ 5 milhões. De acordo com o levantamento, pelo menos 25 propriedades rurais foram atingidas.
Em apenas uma propriedade, onde uma área de reflorestamento foi devastada com os ventos, o prejuízo chega a R$ 1,2 milhão. Em outra propriedade, dois aviários foram destruídos e 60 mil pintinhos morreram. Perda de cerca de R$ 800 mil.
Ajuda
A Secretaria Municipal de Assistência Social de Francisco Beltrão começou nesta terça uma campanha para arrecadar donativos às famílias atingidas pelo tornado. Quem desejar ajudar pode ligar nos telefones (46) 3520-2190, (46) 3520-2191 e (46) 3520-2192. Também podem ser doadas telhas, madeiras e móveis.
Pranchita (Foto: Josiane Regina / VC no G1 )
Tornado
Um tornado é uma coluna de ar que gira em redemoinho em uma velocidade que pode ultrapassar os 400 km/h. A Escala Fujita, de classificação dos ventos, começa em 65 km/h e chega a mais de 500 km/h. O F0 é o mais fraco e o F5 é considerado o mais forte.
Por meio de análise de imagens, o Sistema Tecnológico Simepar, que atua em parceria com o Governo do Estado, e a Somar Meteorologia já haviam classificado o evento meteorológico como tornado. Porém, ainda não é possível comprovar a intensidade do fenômeno.
“O fenômeno surge da formação de uma grande nuvem de tempestade, chamada de supercélula, provocada por um grande contraste de massas de ar diferentes, uma quente e uma fria, se chocando e forçando ventos fortes saírem da nuvem, em formato de funil, que toca o solo, funcionando como um aspirador gigante e que vai sugando tudo o que encontra. Mas, diferente de uma tempestade, os estragos são concentrados em pequenas áreas”, completa a especialista.
Cidades atingidas
Os municípios atingidos são: Alto Paraíso, Amaporã, Ampére, Apucarana, Araruna, Barracão, Bom Jesus do Sul, Cafezal do Sul, Congonhinhas, Corbélia, Floresta, Francisco Beltrão, General Carneiro, Indianópolis, Iporã, Jandaia do Sul, Janiópolis, Loanda, Londrina, Lunardelli, Manfrinópolis, Marialva, Mariópolis, Matelândia, Mauá da Serra, Nova Londrina, Pérola D'Oeste, Pinhão, Ponta Grossa, Pranchita, Prudentópolis, Roncador, Rondon, Santa Cruz de Monte Castello, Santana do Itararé, Santo Antônio do Sudoeste, São Jorge do Ivaí, São Jorge do Patrocínio, São José dos Pinhais, São Pedro do Paraná, Umuarama e Vitorino.