15/01/2014 13h42 - Atualizado em 15/01/2014 13h42

MPF investiga dez professores do IFPR por fraude em programa federal

Professores receberam por aulas não ministradas no Pronatec, diz MPF.
Instituto Federal do Paraná diz irá entregar documentos solicitados.

Luciane CordeiroDo G1 PR

Dez professores do Instituto Federal do Paraná (IFPR) em Londrina, na região norte do Paraná, estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo recebimento de horas-aulas não ministradas em cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), em 2013. Conforme a investigação, os professores preenchiam a planilha de aulas dadas com carga horária maior do que as horas efetivamente trabalhadas.

De acordo com o procurador, Luiz Antônio Ximenes Cibin, o número de professores investigados ainda pode aumentar, pois a Polícia Federal (PF) está periciando computadores e HDs que eram utilizados pelos servidores.  “Com a perícia, vamos ter acesso a todos os documentos e saber se mais pessoas estavam envolvidas na fraude”, explica Cibin.

A fraude foi descoberta depois que outros professores do IFPR denunciaram os colegas ao MPF, e levaram documentos que supostamente comprovaram a irregularidade. Conforme Cibin, cerca de 40% das horas informadas na planilha são irregulares, ou seja, não correspondem à quantidade de aulas que os servidores efetivamente ministraram. “Além disso, nós também estamos investigando denúncias de que esses professores cobravam irregularmente pela emissão de certificados nos cursos do Pronatec”, acrescenta o procurador. “A princípio, sei que esses servidores cobravam entre R$ 5 e R$ 10 por certificado, e cerca de 400 alunos pagaram pelo documento”, afirma.

Ao G1, o procurador Luiz Antônio Cibin disse que o MPF teve acesso a e-mails trocados pelos professores, nos quais os investigados orientavam outros professores a preencher a planilha, e, dessa forma, receber mais do que o previsto. O MPF já pediu para o IFPR a carga horária completa desses professores, para levantar o valor que os servidores receberam de forma irregular. “As pessoas que tinham o dever de fiscalizar o cumprimento da carga horária e dizer se o que estava cadastrado foi, ou não, cumprido, também serão investigadas e ouvidas”, argumenta o procurador.

IFPR afirma que está colaborando com as investigações
Em nota, o IFPR disse que está colaborando com a investigação, e que tem entregado todos os documentos solicitados pelo MPF. O Instituto ainda afirmou que um processo administrativo foi aberto internamente para apurar todos os fatos, e que os problemas ocorreram antes da mudança da direção do campus de Londrina, que aconteceu em outubro de 2013. Se as denúncias forem confirmadas, o IFPR deve responsabilizar os autores da fraude para reparar possíveis danos causados a instituição.

Caso as denúncias sejam confirmadas, os professores poderão responder pelos crimes de estelionato contra a união, corrupção, improbidade administrativa, e podem perder os cargos.