17/01/2017 10h58 - Atualizado em 17/01/2017 12h28

Prefeito cancela festa e diz que vai investir verba em Porto Amazonas

34ª edição da Festa da Maçã estava prevista para fevereiro, no PR.
Altair Polato afirma que R$ 250 mil são para 'desenvolvimento local'.

Do G1 PR

Safra de maça inicia no Alto Tietê (Foto: Reprodução/ TV Diário)Festa estava prevista para fevereiro (Foto: Reprodução/TV Diário)

O prefeito de Porto Amazonas, na região dos Campos Gerais do Paraná, decidiu cancelar a 34ª edição da Festa da Maçã, prevista para fevereiro. Em nota, Antonio Altair Polato (PPS) afirmou que prefere investir a quantia destinada ao evento no "desenvolvimento econômico local".

O anúncio do cancelamento foi feito na quinta-feira (12). O investimento nos três dias de evento ficaria em torno de R$ 250 mil. Esse dinheiro, segundo o prefeito, deve ser usado para comprar um espaço para sedir uma nova empresa na cidade e para construir um barracão industrial para sediar novos empreendimentos locais.

Ainda na nota, Polato citou outras cidades do Paraná que também cancelaram tradicionais festas para poder investir em infraestrutura. Entre elas, Palmeira, nos Campos Gerais, que, em 2013, desistiu da Expo Palmeira para poder construir um viaduto. Ele também lembrou de Colombo, que, neste ano, optou por não realizar a tradicional Festa da Uva.

Confira abaixo a íntegra da nota do prefeito:

"Queridos porto-amazonenses,

Hoje o país atravessa uma grave crise econômica, onde muitos perderam seus empregos, o comércio e o setor de serviços passam por grandes dificuldades. Com a economia enfraquecida, houve considerável queda na arrecadação dos impostos, reduzindo a receita que ingressa nos cofres públicos municipais.

Observando esse cenário político/econômico pelo qual o país atravessa, é necessário prudência e responsabilidade no uso e na destinação dos recursos públicos. A tradicional Festa da Maçã, prevista para o mês de fevereiro, demanda investimentos diretos da Prefeitura de Porto Amazonas, em torno de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), recursos que seriam gastos em 3 (três) dias de festividade.

Observando essa situação, entendo prudente, como Gestor desse município, que a Prefeitura utilize esses recursos financeiros para investir no desenvolvimento econômico local, possibilitando que a cidade possa avançar na contramão da crise nacional, crescendo, gerando empregos e se desenvolvendo.

Para que isso aconteça, os recursos poupados serão destinados à compra de um espaço para sediar uma nova empresa em nosso município, ou, de igual modo, investimentos diretos na economia, como a construção de um barracão industrial, sediando novos empreendimentos locais. Até que isso ocorra, esse dinheiro permanecerá no caixa da Prefeitura de Porto Amazonas, sendo aplicado em investimentos que garantam sua rentabilidade mensal.

Assim, com base nessas justificativas, a Administração municipal torna público o cancelamento da Festa da Maçã no ano de 2017, esperando a compreensão dos porto-amazonenses.

Essa medida em algum momento já foi tomada por prefeitos da região, ou estão sendo tomadas no presente momento. A título de exemplo, o município de Palmeira, em 2013, deixou de realizar a Expo Palmeira, destinando recursos para investir em infraestrutura (o qual foi bem aceito pela população local), nesse ano de 2017, o município de Balsa Nova cancelou a Festa do Milho, e também, nessa última quarta-feira (11), a Prefeitura de Colombo cancelou a festa da Uva para garantir a geração de empregos e minimizar os efeitos da crise econômica.

Observo que nesse momento minha decisão não poderia ser diferente. A edição da 34ª festa da maçã será realizada no ano de 2018, sendo que a mesma será repensada e reformulada, com foco na necessidade de que a festa possa, além de estimular o turismo local, gerar receitas ao nosso município. Agradeço pela compreensão!".

Produção
De acordo com a Secretaria de Agricultura do Paraná, em 2015, Porto Amazonas teve cerca de 200 hectares de maçã, o que equivaleu a uma produção de quase 7,6 toneladas da fruta. Nesse ano, o plantio no município gerou um valor bruto de R$ 13,7 milhões.

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