06/04/2016 20h01 - Atualizado em 06/04/2016 20h19

Roberto Jefferson visita Câmara e defende impeachment de Dilma

Preso no mensalão, ex-deputado é do partido do relator Jovair Arantes.
Ele exaltou Judiciário e comparou esquema da Petrobras ao do mensalão.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

Condenado no julgamento do mensalão a 7 anos e 14 dias de prisão, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-SP) visitou a Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (6) para manifestar apoio ao relator da comissão de impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), que apresentou parecer pela continuidade do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Duas semanas depois de ter a pena perdoada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Jefferson defendeu o impeachment da petista e declarou considerar que o escândalo de corrupção na Petrobras é uma continuação do mensalão – esquema de compra de votos de parlamentares no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-deputado vai assumir a presidência do PTB no dia 14 de junho.

 

“Eu vim visitar colegas e homenagear o Jovair Arantes, porque ele dá um passo para cimentar as relações e consolidar as relações entre a bancada e a direção nacional do país. Tenho a sensação de que vamos crescer muito com essa posição do Jovair, que empolga 80% da bancada e tenho certeza de que ainda vamos crescer muito. Sou a favor do impeachment”, disse ao G1.

Roberto Jefferson ainda elogiou o Judiciário e afirmou que o esquema de pagamento de propina na Petrobras só foi descoberto devido ao “amadurecimento” das instituições.

Enquanto caminhava pelo Congresso, ele foi parado por deputados e curiosos, alguns dos quais pediram fotos.

“Começou lá atrás no mensalão e está fechando agora, 11 anos depois. Foi um ciclo longo que a Justiça agora está esclarecendo. Não haveria a Lava Jato se fosse uma ação parlamentar ou de oposição. É a força do Judiciário, a independência, amadurecimento, que permitem ao Brasil viver esse momento democrático, de consolidação das leis e das instituições”, afirmou.

Roberto Jefferson foi peça chave no escândalo do mensalão, porque delatou a existência do esquema e admitiu ter recebido propina para aprovar matérias de interesse do governo. Na época, não havia a legislação atual sobre delação premiada, que prevê benefícios, como redução de pena a quem colabora com a Justiça.

Ele foi condenado por corrupção por receber R$ 4,54 milhões do chamado "valerioduto" [suposto esquema operado por Marcos Valério para abastecer o mensalão] a fim de votar a favor do governo no Congresso como parte de um acordo de R$ 20 milhões entre o PT e seu partido.

Jefferson foi cassado pela Câmara em 2005. No último dia 22 de março, teve a pena perdoada. O Supremo entendeu que o ex-deputado do PTB atendeu aos requisitos previstos no decreto do indulto, editado em dezembro pela presidente Dilma Rousseff, que perdoa penas de presos em diversas situações. Isso porque todos já cumpriram mais de um quarto da punição e estão em regime aberto ou liberdade condicional.

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