Blog da Cristiana Lôbo

Por Cristiana Lôbo

Jornalista, acompanha de perto os bastidores do governo e a política brasileira. Comentarista do 'Jornal das Dez', da GloboNews


O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pode começar a divulgar ainda esta semana, nas redes sociais, mensagens de apoio à candidatura de Jilmar Tatto à prefeitura de São Paulo. A estratégia tenta estancar defecções de petistas e simpatizantes rumo à chapa do PSOL, formada por Guilherme Boulos e Luiza Erundina.

É o que petistas estão chamando de "operação salva Tatto" – tentativa de demonstrar apoio inquestionável do PT à candidatura do político. A data da gravação vai ser definida amanhã ou depois.

Desde o processo de escolha do candidato do PT à prefeitura, os questionamentos começaram dentro da própria legenda. Com a pandemia, o PT mudou o formato de escolha do candidato – em lugar de prévias como mais de 20 mil filiados, a prévia foi feita com 600 representantes de diretórios zonais e de bairros. A vitória de Jilmar Tatto foi muito estreita, por pouco mais de uma dezena de votos.

Tatto é representante do que se chama "PT de máquina", forte na estrutura partidária, e não do chamado "PT de opinião". O resultado foi um baixo engajamento na campanha que, agora, o partido quer reverter.

Logo após a definição do nome, petistas e simpatizantes anunciaram apoio ao candidatura do PSOL, o que ligou um sinal de alerta dentro do PT. Esse coro incluiu nomes como Celso Amorim e Marilena Chauí, que têm representatividade no meio intelectual, mas não são propriamente puxadores de voto.

O partido está estruturando a campanha para deixar claro que não há possibilidade de uma troca do candidato, e acredita que possa resgatar o eleitor da periferia de São Paulo – onde sempre teve força eleitoral.

Além disso, o PCdoB, aliado histórico das campanhas petistas, decidiu lançar o deputado Orlando Silva como candidato à mesma vaga.

A disputa pela prefeitura de São Paulo pode atingir 18 candidatos, o que seria um recorde histórico. O PT, pela sua estrutura, tenta polarizar com o PSDB de Bruno Covas. Mas, enquanto isso, segue de olho na solução que será dada no campo da direita, ou seja, em qual será o candidato ligado ao presidente Jair Bolsonaro.

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