‘Ninguém me esperava. Tudo me aguardava’

qui, 04/03/10
por Zeca Camargo |
categoria Todas

just_kidsAcho que exagerei um pouco, no último post, na escolha da passagem para ilustrar o livro que estou terminando de ler. “Just kids” é o relato de Patti Smith sobre sua educação e evolução artística junto com seu então companheiro Robert Mapplethorpe, na Nova York do final dos anos 60, meados dos anos 70. Patti Smith – sempre é bom refrescar a memória – é uma das artistas mais influentes do rock americano deste período – seu álbum “Horses”, de 1975 é um indisputável clássico. Mapplethorpe é simplesmente um dos fotógrafos mais importantes do final do século 20, criador de um estilo único – imitado até hoje em inúmeras imagens do nosso saturado mundo ilustrado…

Os dois fizeram, durante muito tempo, um casal dos mais inspiradores do cenário alternativo americano. E a histórias desses dois heróis do “underground”, contada em primeira pessoa por ela, é das coisas mais emocionantes e motivadoras que eu li no últimos tempos. Talvez por isso, insisto, a passagem que escolhi para o post anterior não tenha sido a mais feliz. A própria Patti Smith, referindo-se ao curto período em que cuidou de Mapplethorpe, doente num dos quartos fétidos hotel Allerton, admite que “aqueles dias marcaram o ponto mais baixo da nossa vida em comum”…

Por isso, para “começar de novo”, e introduzir o assunto de hoje – que é justamente este livro -, aqui vai um trecho bem mais, hum, “pra cima” (na minha sempre tradução apressada, uma vez que o livro ainda foi lançado no Brasil). O ano é 1967:

“Num dia de veranico, nos vestimos com nossas coisas favoritas, eu com minhas sandálias ‘beatnik’ e minhas echarpes cruas, e Robert com suas contas ‘hippies’ e seu colete de pele de carneiro. Pegamos o metro para o oeste da rua 4 e passamos a tarde em Washington Square. Tomamos café de uma garrafa térmica, vimos as correntes de turistas, chapados, e músicos de rua. Revolucionários agitados distribuíam panfletos anti-guerra. Jogadores de xadrez atraíam uma platéia toda própria. Todos coexistiam no mesmo zumbido de argumentos verbais, bongos e cachorros latindo.

Nós estávamos andando em direção da fonte, o epicentro das atividades, quando um casal mais velho parou e nos observou descaradamente. Robert gostava de chamar a atenção, e de maneira afetuosa apertou minha mão.

‘Olhe, tire uma foto deles’, disse a mulher ao seu marido confuso, ‘Acho que eles são artistas.’

‘Ah, vamos em frente’, ele deu os ombros. ‘São apenas garotos’.”

É essa passagem que dá título ao livro de Patti Smith (”Just kids”, “apenas garotos” – ou “apenas moleques”, como eu citei no último post). E é o momento seminal do livro, quando você percebe que os grandes artistas que ambos seriam, naquela tarde em Nova York, mesmo com todas suas ambições já desenhadas, não passavam de dois garotos, dois jovens namorando sem o menor compromisso com nada…

Esse – vamos chamar de – “período de inocência”, que só é mesmo possível experimentar aos 20 anos, inevitavelmente me remeteu a outras lembranças. Entre outras coisas, aos 20 eu terminava duas faculdades, não tinha o compromisso de seguir nenhuma das carreiras em que me formava, começava um percurso como bailarino – e, com apenas um punhado de países visitados no esquema “mochilão”, a glória questionável de ter dado três voltas ao mundo ainda estava décadas adiante de mim. Eu era também “um garoto”, com um monte de ambições (mais ou menos artísticas), nenhum “plano infalível” para realizá-las, mas com uma perversa esperança de que as coisas iam dar certo…

mapplethorpe_600_2

Boa parte das pessoas que me leem aqui está exatamente nessa faixa – o que me deixa extremamente envaidecido – e talvez não se dê conta de que esteja passando por isso (aproveitem!). Outros tantos ainda estão por chegar nela – atenção! Tudo ao seu tempo. E uma grande parte, desconfio, já passou dela, mas sabe muito bem que sensação é essa que “peguei emprestada” do livro de Patti Smith…

Quase tudo que pensamos quando temos essa idade – e a leitura de “Just kids” confirma ainda mais isso – tem um peso que julgamos inadvertidamente como definitivo, decisivo para o resto de nossas vidas. As mais corriqueiras escolhas – que trabalho temporário escolher? – e as mais cruciais decisões – achei mesmo o cara ou a menina da minha vida? – nos impõem tamanha gravidade que tolamente achamos que vamos carregar suas consequências para todo o sempre. Bobagens, óbvio, de uma  juventude claudicante. Mas alguma coisa, claro, sempre fica do que acreditamos nessa idade – e no caso desse casal em questão, o mais bonito resíduo do encontro deles foi o compromisso de um nunca abandonar o outro…

A trajetória de Smith e Mapplethorpe – de “mulambos” vagabundos a artistas de repercussão internacional – fala volumes sobre esse contraste cruel entre o que aspiramos aos 20 anos e o que a vida vai fazer disso algum tempo depois. Como ela escreve logo no início de “Just kids”, no momento em que sai da casa de seus pais, no interior, para Nova York:  “Ninguém me esperava. Tudo me aguardava”. Eu não saberia colocar melhor a tradução desse momento único de transição pessoal pelo qual todos nós passamos.

Até Patti Smith virar “a” Patti Smith e Robert Mapplethorpe tornar-se “o” Robert Mapplethorpe, os dois viveriam noites de miséria no tal hotel Allerton; madrugadas insanas no hotel Chelsea; dias famintos em Conney Island (onde foi tirada a inocente foto da capa do livro na edição americana); e um amor imenso, incomensurável, que – somos obrigados a suspeitar depois da leitura do livro – dura até hoje, quase 21 anos da morte do próprio Mapplethorpe.

Importante como ela foi, a arte de Smith é hoje para um público mais específico. Amantes desse período do rock têm “Horses” como uma espécie de oráculo – uma reputação mais que merecida. Sua poesia, ainda mais para um público que não é confortável com o inglês, é ainda mais “difícil” sem a música para acompanhar. E seu trabalho como artista plástica é ainda mais específico. Já o de Mapplethorpe é, até nossos dias, tão onipresente, que não é impossível imaginar que uma geração inteira cresceu vendo as fotos que ele tirou sem saber quem era o autor delas!

mapplethorpe_600

Mas acredite: sempre que você vir um torso – feminino ou masculino – nu, com um tratamento como se fosse um detalhe de um antigo mármore grego, ali tem o dedo desse grande fotógrafo. Que, aliás, levou um tempo para descobri que seu verdadeiro talento era com uma câmera na mão – e não com lápis e papel…

Nesse período em que Smith e Mapplethorpe se encontraram, nenhum dos dois sabia “para que lado atirar”. Ela trabalhava numa livraria conceituada na quinta avenida, a Scribner’s (que, numa coincidência pessoal, foi o tema da primeira reportagem que fiz quando fui morar em Nova York, justamente sobre seu fechamento); ele fazendo bicos arrumando vitrines de loja de brinquedo e até de mudanças. Ela fascinada com Rimbaud e tudo que vinha da França, curiosa em descobrir a perfeita parceria sexual e o amor ao mesmo tempo; ele sonhando em conectar-se com Andy Warhol, cada vez mais confuso com relação à sua sexualidade e as lembranças de uma infância de influência fortemente católica, desenhando e fazendo colagens sem parar.

Foi só em meados dos anos 70 que ela foi se dedicando cada vez mais a encontrar sons que pudessem acompanhar seus versos; e ele aprendeu a brincar com uma Polaroid, e, mais tarde, com uma Hasselblad. Na capa de “Horses”, os dois finalmente eram apresentados juntos para o grande público. Dali em diante, o curioso mantra de Patti Smith quando saiu de casa sofreria uma perversa alteração: agora, todo mundo esperava pelo que eles tinham a mostrar, e nenhum deles tinha idéia do que os aguardava…

Ela foi ficando cada vez mais cultuada – especialmente no mundo musical, e apesar de nunca ter gravado nada que pudesse ser considerado tão poderoso como “Horses” (se bem que sua versão para o hino do Nirvana, “Smells like teen spirit” – gravada, claro, bem adiante na sua carreira -, é uma das melhores versões que a história do rock já registrou!).

Ele, depois de criar um conjunto de obra reverenciado não só no mundo artístico, como assimilado pela cultura pop e da moda – e isso a custa de imagens mais que ousadas, como as que ilustram este texto de hoje -, morreu em 1989 em consequência da Aids. E, pela força de seu trabalho – e mais um episódio polêmico envolvendo suas fotos numa retrospectiva póstuma -, ficou ainda mais conhecido do que em vida.

Vale a pena me alongar um pouco mais para falar desse desastrado – e culturalmente relevante – episódio. Em 1991, a Concoran Gallery, em Washington, iria expor parte de seus trabalhos recentes – que estampavam imagens explicitamente sexuais sem cerimônia. Quando o conselho do museu – e mais alguns cínicos moralistas membros do congresso americano – descobriram que “tamanha indecência” seria custeada em parte com dinheiro público, um grande debate se instaurou sobre o papel do governo em “divulgar” uma arte tão… “degenerada”! Depois de longa discussão, que dominou os círculos intelectuais americanos (e mundiais), o tiro saiu deliciosamente pela culatra. As fotos foram expostas em outro local, a curiosidade gerada pela polêmica atraiu multidões… e pronto! Mapplethorpe, com todo seu imaginário que redefiniu beleza e pornografia, havia se tornado um ícone contemporâneo!

(Seria uma delícia – se tivéssemos tempo, mas vejo que este texto já está bem longo – debater um pouco mais sobre as fotos de Mapplethorpe; essas que foram escolhidas para o post de hoje não estão nem entre as mais “chocantes” que o fotógrafo produziu; no entanto, posso visualizar facilmente uma certa categoria de visitante deste espaço – aquela que costuma se esconder atrás de emails anônimos – destilando já sua hipocrisia, não muito diferente daquela dos políticos americanos já mencionados na controvérsia da exposição de Washington, para mandar um comentário “horrorizado” com o que viu… mas eu divago…).

Quando soube, no meio da minha última viagem, que Patti Smith tinha escrito esse livro, fiquei maluco para adquiri-lo o mais rápido possível. E, por sorte, quando passei numa escala por Chicago, a caminho do Brasil no fim-de-semana passado, e encontrei “Just kids” numa livraria de aeroporto, vibrei! Driblando os fusos horários que me maltratam desde sábado, fui devorando cada página – e agora torço para que sua edição em português não demore a sair. Porque essa é a leitura que eu mais recomendo a você neste momento.

Eu posso até não ter mais 20 anos (aliás, entro no meu “inferno astral” da regressiva para os 47 na semana que vem!). Mas eu sei muito bem o que é sentir a força criativa que leva a gente adiante nessa idade. E agora, com esse empurrãozinho de Patti Smith, estou pronto para retomar esse espírito…

compartilhar

41 Comentários para “‘Ninguém me esperava. Tudo me aguardava’”

Páginas: [3] 2 1 »

  1. 41
    Cecí Jardim:

    Amei, verdadeiramente inspirador!!!!
    Beijos carinhosos!
    Cecí.

    Resposta do Zeca – fala Cecí! Seja bem-vinda! Um abraço!

  2. 40
    Herbert Didone:

    Eu admiro muito o trabalho da Patti Smith. Também tive o prazer de ler “Só Garotos”. Muito bom!!!

  3. 39
    Mariana Regina Flores:

    Zeca,

    Vi um comentário seu a respeito de suas viagens antes mesmo de iniciar sua carreira na Globo e me interessei muito sobre o assunto.

    Gostaria de conversar com você sobre este assunto, pois acredito que sua experiência neste assunto pode me ajudar muito.

    Ficaria muito grata se você pudesse me responder por e-mail.

    Grata,

    Mariana Flores

  4. 38
    marilia andrade:

    ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.

  5. 37
    Camila Pereira:

    Zeca cadê o texto de ontem? O que aconteceu? Nossa, me dei conta que estou viciada em seus textos… :-)

    Beijos

  6. 36
    Adalto Alves:

    Colocaram a Ivete Sangalo e o Roberto Carlos na capa do livro.

  7. 35
    Altair Jr.:

    Você deve ler os comentários – caso contrário, ficam as ideias perdidas na web – divago também. Parabéns pela bagagem cultural que você tem. A culpa da minha pequena “mala de mão” que carrego eu coloco na minha branda memória que sempre acho que dá seus picos de falha todos os dias. Confesso que odeio quem deixa links em comentários de autores – acho meio que forçar a barra – mas você não me conhece mesmo, então forço e não fico envergonhado. Se puder, ficaria satisfeito em saber que você leu meu conto. Se gostar (ou não), continue divagando. Grande Abraço. https://recantodasletras.uol.com.br/contos/1752333

  8. 34
    Pri:

    Obrigada pelo maravilhoso texto. Ele certamente está incluído na lista de coisas que eu não irei esquecer. E ainda vou falar para meus futuros afilhados: “Eu tinha 19 anos quando em li um texto que…”

  9. 33
    Tereza Franco:

    Pedi uma taça de um delicioso vinho; me deste uma garrafa! Que delícia! TIM TIM.

  10. 32
    Ana Durazzini:

    Esqueci de comentar no meu próprio comentário anterior…
    Essa semana a Lilian Cabral estava vendo TV!! Assistindo “A grande família”.
    Se você estava assistindo TV tbm, logo depois da chamada ao vivo para o Fantástico, com certeza viu…

    Bj!

  11. 31
    Ana Durazzini:

    Ha ha!!!!!
    6 (eu disse SEEEIIISSSSSSSSSSSSSS) a míseros 3 para “Guerra ao Terror”!!!!!!!!!
    E ainda teve “UP”!!!!!!!
    Que legal!!!!!!!!
    Quem lê isso daqui, com certeza lembrou de você ontem!

    Bj Zeca!!!

  12. 30
    Jonathas Lima do Nascimento:

    Zeca,

    A juventude é mesma linda! Belo texto.
    Abços

  13. 29
    Marcelo Menoli:

    Zecs,

    “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.”

    Acho que Tche não era argentino não…

    Devia era ser carioca….kkkkkkkkk

    Olha só esse vídeo:

    https://vimeo.com/9989394

    E o fim dos contos encantados……….

    https://sodoisdedos.blogspot.com/2010/03/e-foi-uma-vez.html

    Será que Jake Sully e Neytiri vão terminar como as princesas aí de cima?

    E por falar em contos de fadas…olha só como eram contados as criancinhas antes do advento de Walt Disney.

    https://www.nerdssomosnozes.com/2009/03/os-verdadeiros-contos-de-fada.html

    As criaçs deviam morrer de medo….kkkkk

    De resto tudo em paz?!

    Aniversário chegando é vero!!!

    Lembro que ano passado você falou de um presente que havia ganho no outro ano (um boneco q flava…e talz)…e ano passado qual foi o presente que te marcou?

    Lá estou eu de novo fazendo sabatina nas vésperas do seu aniversário….kkkkkkk

    Vai rolar o “Voc~e netrevista Zeca II”?

    kkkkkkkkkkkkkkkk

    Bjão.

  14. 28
    Wilson:

    Caro Zeca, coincidência ou não, nas minhas férias li “Aconteceu em Woodstock” escrito a duas mão, sendo que o protagonista e um dos escritores é o Elliot Timber…genial!
    Lá pelas tantas do livro, ele cita algumas pessoas que conheceu ou foram os seus professores na universidade. Dentre estes está o Robert Mapplethorpe. Quando descreve as fotografias, a minha curiosidade aguça e vou à Internet (viva ela!) à cata deste personagem e, quem sabe com alguma sorte, às suas fotos.
    Fiquei aparvalhado à medida que, ao navegar, ia verificando as fotos dele! Não tem adjetivos à genialidade deste cara! Se você desenvolve coisas que mexam com a sua sensibilidade, então, aí é que o bicho pega mesmo!
    Pois bem, ao voltar das minhas férias e de ter lido o livro (li em algumas horas, de tão bom!), comentei por aqui sobre o Mapplethorpe com dois colegas. Hoje, há pouco, recebo um e-mail de um deles com a sua matéria. Estas coisas estão no ar, né? Interessante…

    Zeca, um abraço e muito sucesso pra você. Você faz jus a ele.

    Wilson Garcez
    P.S.: A propósito, em uma entrevista com o vocalista do Oasis, verifiquei que não somente o inglês formal você domina, como o Cockney também. Eu, assistindo àquela entrevista “voei” o tempo todo! :o ))))

  15. 27
    Franz:

    Quem é Patti Smith?? O que nos interessa essa mulher?? Cara, se voce não tem coisa mais brasileira e útil sobre o que escrever, recolha-se!

  16. 26
    Amanda:

    Oi Zeca,
    Estou ansiosa pelo post sobre o Oscar!! Ontem assisti ao show do GNR em Brasília e foi simplesmente perfeito, nostálgico, lembrou muito o show do rock in rio. Fica a dica, caso voce goste e tenha tempo de assistir ao show deles ai no rio …gostaria muito de ler um post seu sobre o show.
    beijos

  17. 25
    Rosa Helena:

    Não gostei do trabalho do Robert. Isso não é ser hipócrita. É ter opinião. Ser hipócrita é dizer que não gosta e ficar se deliciando com o que diz não gostar às escondidas. A parte do trabalho do Robert que vc chama de chocante é quando ele passa do normal para o insano. E ele vive aquilo tudo. Ele participa da loucura. E depois retrata a loucura dele no seu trabalho. Não gostei e pronto.

  18. 24
    Zequinha:

    Nossa o post de hoje é uma verdadeira aula, ainda mais pra mim que começo a dar os primeiros passos na fotografia. Tenho estudado alguns fotógrafos e se não me falha a memora Mapplethorpe esta na minha lista de fotógrafos que ainda devo estudar. Adorei.
    Parabéns

  19. 23
    Olga:

    Zeca, e o Oscar hein? Guerra ao Terror arrasou! o/***
    Tb estava torcendo por ele!

    Resposta do Zeca – já já aqui, meu comentário sobre a festa de ontem!

  20. 22
    THAÏS HELENA:

    ZECA MEU QUERIDINHO…
    PARA VARIAR UM POUCO AMEI O POST,LONGO E LEVE, COMO SEMPRE, EU VIAJO NA SUA IMAGINAÇÃO…DIGO NA SUA LEITURA.
    AS FOTOS SÃO NUS PERFEITOS, OU SEJA, CORPOS PERFEITOS , MUSCULATURA BEM DEFINIDA,NÃO DEVERIAM APENAS SEREM RETRATADOS E SIM QUEM SABE… ESCULTURAS?

    BJÃOOO E UMA OTIMA SEMANA

    PS: E QUANTO AOS DISCOS????

Páginas: [3] 2 1 »

 



Formulário de Busca


2000-2015 globo.com Todos os direitos reservados. Política de privacidade