morta em Curuçá (Foto: Hiris Santos / Arquivo pessoal)
“É uma dor muito grande. Ele é um mostro, passava a mão no meu braço no velório”, conta Benedito Veiga Filho, avô de Vitória Morais, o sobre o suspeito de ter assassinado a neta dele. A menina tinha sete anos de idade e foi encontrada morta na última sexta-feira (1º), nas proximidades do quintal da casa da família em Curuçá, no nordeste do Pará. Segundo a polícia, o suspeito foi detido durante o velório da menina e encaminhado, junto com outro homem que também está sendo investigado, para a delegacia de Castanhal na manhã deste sábado (2).
A menina havia saído de dentro de casa na sexta-feira (1º) de manhã cedo para escovar os dentes no quintal, quando desapareceu. Amigos e familiares se mobilizaram na área para encontrar a criança. O corpo foi encontrado no mato com marcas de agressão e violência sexual.
Benedito conta que o principal suspeito, apontado pela família como autor do crime, também participou da equipe de busca pela garota desaparecida - ele teria, inclusive, encontrado o corpo do mato. “Ele já trabalhou para mim. Foram ele e a mulher dele que achara o corpo. Depois que descobrimos que tinha sido ele, soubemos que ele é do Maranhão e estava foragido pelo estupro de duas meninas”, afirma ainda o avô da criança.
Já durante o velório, a família teria ficado ciente da autoria do crime por terceiros. “O enteado dele escutou uma discussão entre a mãe e ele [suspeito]. Nessa discussão a mulher perguntava se tinha sido ele que fez isso, que era para ele se entregar. O rapaz contou o que tinha ouvido para uma senhora e um amigo meu escutou tudo. Ele entrou na mata e encontrou um vestígio de sangue que levada até a casa deles. Lá, a porta da casa estava lavada e uma camisa também. Mas outro rapaz encontrou a faca com sangue na casa dele”, relata Benedito Veiga.
Justiciamento
Rapidamente a informação se espalhou pela cidade e os moradores que estavam no velório tentaram linchar o suspeito, que foi levado pela polícia para Castanhal, onde a Superintendência Regional do Salgado, o Núcleo de Apoio a investigações de Castanhal também investigam o crime. Outro homem foi detido em Curuçá para ser ouvido. Os dois estão em Castanhal.
O corpo da menina foi necropsiado no Instituto Médico Legal de Castanhal e foi liberado ainda na sexta-feira para velório. O enterro ocorreu na manhã deste sábado (2), em um cemitério público na estrada de Marapanim.