A Rússia advertiu os Estados Unidos nesta segunda-feira (30) contra o aumento do apoio à oposição síria, dizendo que só irá reforçar um califado declarado pelo Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil) em partes do Iraque e da Síria.
Bagdá pediu ajuda internacional na luta conter uma ofensiva do Isil, um grupo dissidente da Al-Qaeda, que invadiu e tomou Mossul no início de junho. Também capturou territórios no norte e no leste da Síria.
"Os jihadistas têm desafiado não só os seus grupos rivais extremistas, escondidos sob o lema do Islã, mas também os países do mundo islâmico", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.
Cinco jatos russos Sukhoi Su-25 chegaram a Bagdá na noite de sábado e a televisão estatal iraquiana disse que irão ser usados para combater o Isil. Washington também enviou conselheiros militares para ajudar o Iraque a acabar com a nova ameaça.
Mas na vizinha Síria, Moscou e Washington têm jogado seu peso em forças rivais em uma rebelião que começou no início de 2011. A Rússia se alinhou ao presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto os Estados Unidos apoiam aqueles que tentam derrubá-lo.
O ministério russo criticou como "mais do que estranho" um pedido que o presidente norte-americano, Barack Obama, enviou ao Congresso dos EUA de 500 milhões de dólares para treinar e equipar "aqueles a quem a Casa Branca chama de 'unidades moderadas' da oposição síria armada".
"Dada a situação real no terreno, estes fundos consideráveis, se aprovados, servirão, de fato, para fortalecer inteiramente o 'califado' terrorista proclamada pelo Isil", disse.
"Sob as circunstâncias em que grupos terroristas e extremistas têm garantido o seu papel dominante entre as forças antigovernamentais na Síria, as melhores armas e os combatentes mais bem preparados irão acabar nas mãos deles."
Defendendo a decisão de Obama, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse na sexta-feira disse que a oposição síria moderada teve um papel fundamental em repelir o Isil.
Separadamente, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Alexander Lukashevich, quando perguntado nesta segunda-feira sobre a entrega dos jatos ao Iraque, disse que o fornecimento de armas russas para Bagdá estava concluído, sem dar mais detalhes.