Os Estados Unidos anunciaram neste sábado (21) que voltaram a bombadear áreas controladas pelos jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. A Síria também foi alvo de ataques da Rússia. As ações não foram conjuntas. Cada país coordenou seus próprios bombardeios, que foram realizados na sexta-feira (20).
Pelo menos 36 pessoas foram mortas pelos ataques, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Ataques dos EUA
Agindo junto de aliados, os EUA realizaram 42 bombardeios aéreos contra locais do EI, segundo o Exército norte-americano.
Dos 20 ataques no Iraque, três atingiram unidades táticas do EI e outro, uma instalação de comando e controle e posições de combate perto de Ramadi.
Já entre os 22 bombardeios contra a Síria, 13 acertaram unidades táticas e edifícios da facção em Mar’a. Outro deles acertou um campo de extração de petróleo, perto de Abu Kamal. O Exército dos EUA não informou se houve feridos ou mortos.
Os Estados Unidos, que lideram uma coalizão internacional da qual a Rússia não faz parte e que bombardeia o EI na Síria e no Iraque, informou que iria concentrar seus esforços nas fontes de financiamento do grupo extremista, que controla a maioria dos campos de petróleo.
Ataques da Rússia
A Rússia, por sua vez, realizou ataques ao lado do governo sírio, do qual é aliada. Os 70 ataques foram desferidos contra de Mayadin e Bukamal da cidade síria de Deir Ezzor, na província de mesmo nome, e contra três campos de petróleo, informou o OSDH.
"Pelo menos 36 pessoas foram mortas, e outras dezenas ficaram feridas, em mais de 70 ataques aéreos realizados por aviões russos e sírios contra várias localidades de Deir-Ezzor", disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
De acordo com a ONG, foi o "mais violento bombardeio dessa região desde o início da revolta em 2011". Navios russos também lançaram 18 mísseis de cruzeiro contra objetivos nas províncias de Raqqa, Idleb e Alepo.
A Rússia intensificou seus bombardeios contra o EI depois que o presidente Vladimir Putin prometeu responder oatentado contra um avião russo no Sinai egípcio, reivindicado pelo grupo extremista. Apesar disso, o atentado terrorista a Paris no dia 13 foi lembrado por soldados russos.
Um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa da Rússia na sexta (20) mostra um soldado russo escrevendo a frase “Por Paris” em um míssil, na base aérea Hmeymim, na Síria. O projétil foi usado nos ataques.
ONU
As duas ondas de bombardeios ocorreram no dia em que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) endossou medidas mais duras contra o Estado Islâmico.
O conselho aprovou na sexta-feira (20) por unanimidade uma resolução apresentada pela França, que insta os membros "a tomarem todas as medidas necessárias, em conformidade com o direito internacional ( ... ) no território controlado pelo EI na Síria e no Iraque".