07/05/2014 19h46 - Atualizado em 07/05/2014 19h51

Bola deve ser julgado novamente por morte de carcereiro em 2000, diz TJ

Ex-policial havia sido absolvido em júri popular, em 2012; MP recorreu.
Marcos Aparecido dos Santos é um dos condenados pela morte de Eliza.

Do G1 MG

Marcos Aparecido chora na leitura da sentença da juíza Marixa Fabiane (Foto: Renata Caldeira/ Tribunal de Justiça de Minas Gerais)Bola durante júri do caso Eliza, em abril de 2013.
(Foto: Renata Caldeira/ TJMG)

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – o Bola –, condenado pela morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, vai ser julgado novamente pelo assassinato do carcereiro Rogério Martins Novelo, em maio de 2000, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (7) pela assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Bola havia sido absolvido em júri popular, em novembro de 2012. Na ocasião, os jurados decidiram, por quatro votos a dois, que o ex-policial não era culpado pela morte. Segundo a Justiça, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recorreu contra a decisão, sob o argumento de que o conselho de sentença decidiu de forma contrária às provas contidas no processo.

A decisão foi tomada no último dia 28 de abril por os desembargadores da 2ª Câmara Criminal. De acordo com a Justiça, como ainda cabe recurso da decisão, a data do novo julgamento não foi marcada. O ex-policial cumpre pena na Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana da capital mineira.

Segundo denúncia do MP, Bola teria atirado contra o carcereiro, que estava dentro de um veículo, em frente ao local onde trabalhava. Para o Ministério Público, o crime teria sido encomendado, já que o réu e a vítima não se conheciam.

A Justiça informou que o ex-policial foi reconhecido em 2010 pela irmã de Rogério Novelo, que presenciou o crime. Ela identificou o Bola como o responsável pela morte do irmão, depois que viu sua imagem sendo veiculada na imprensa pelo suposto envolvimento no assassinato de Eliza Samudio.

Procurado pelo G1, o advogado de Bola Ércio Quaresma informou que já recorreu da decisão. “A nossa pretensão é reverter isso, ou no Supremo [Tribunal Federal], ou no STJ [Superior Tribunal de Justiça]. No nosso entendimento, o Tribunal de Justiça afrontou a soberania dos vereditos, que é preceito constitucional”, afirmou o criminalista.

Caso Eliza
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto e condendenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques – o Coxinha – por sequestro e cárcere privado do filho da ex-amante do goleiro. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.

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