11/06/2014 06h00 - Atualizado em 11/06/2014 10h36

Polícia Civil deve indiciar mais um suspeito pela morte de Eliza Samudio

Segundo pessoa ligada à investigação, inquérito complementar foi concluído.
Apesar da informação, a corporação diz que tal investigação está em curso.

Fernando ZubaDa TV Globo Minas

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito complementar ao processo sobre desaparecimento e morte de Eliza Samudio, que investigava um policial aposentado e outro da ativa. A informação foi divulgada por uma pessoa ligada à investigação. Porém, a corporação não confirma.

José Lauriano de Assis Filho (Foto: Reprodução / TV Globo / Fantástico)José Lauriano de Assis Filho
(Foto: Reprodução / Fantástico)

Segundo esta pessoa, o delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), deve anunciar a conclusão do inquérito ainda nesta semana.

Gilson Costa (Foto: Reprodução / TV Globo / Fantástico)Gilson Costa (Foto: Reprodução / Fantástico)

Os dois investigados são o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, conhecido como Zezé, e Gilson Costa, ainda na ativa. De acordo com esta fonte, o delegado vai pedir o indiciamento de um deles por homicídio, mas ainda não se sabe de quem. Este suspeito teria sido contratado por Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e se associado ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado como executor de Eliza.

Nesta terça-feira (10) completou-se quatro anos da morte da ex-amante do goleiro Bruno. No dia da execução, a quebra do sigilo telefônico revelou intensa troca de telefonemas entre este novo suspeito e Macarrão, que é amigo de infância do atleta. Também estão registradas ligações entre este que será indiciado e Dayanne Rodrigues, ex-mulher de Bruno, absolvida no julgamento, determinando que ela escondesse o filho de Eliza.

À época da investigação do caso, em 2010, a polícia e o Ministério Público consideraram não ter provas suficientes para indiciar este suspeito.

Em 2012, o promotor do caso, Henry Wagner Vasconcelos, disse ao G1 que denunciaria Zezé pela morte de Eliza. Para Castro, o policial aposentado era amigo de Bola e teria se utilizado do cargo de policial para obter informações sobre a investigação e beneficiar os réus do caso. "É plausível que ele, como policial que ainda era na época dos fatos, para ter acesso a alguma informações privilegiada sobre a investigação", disse o promotor em novembro de 2012.

"Na noite da morte de Eliza, o Zezé esteve na companhia de Bola e depois também. Foram vários contatos telefônicos entre Bola e Zezé. Ouvido em depoimento, ele reconheceu e afirmou que ele apresentou Bola ao Macarrão. Dayanne, na tarde do encontro do filho de Eliza, na tarde do 'estouro' do sítio de Bruno, onde se cogitava estar o Bruninho e na noite seguinte, se aconselhou com Zezé por telefone", explicou o promotor ainda na ocasião da entrevista.

O teor da defesa de José Lauriano, que consta na investigação, não foi divulgado. Desde o surgimento dele na investigação da morte de Eliza, o G1 tenta contato com o policial aposentado, mas sem sucesso.

Já o policial civil Gilson Costa era investigado porque foram registradas ligações telefônicas entre ele e condenados no caso em datas importantes para a investigação. Ele se dizia, em entrevista ao G1 em 11 de março de 2013, perseguido pela Polícia Civil, e negou seu envolvimento na morte da jovem.

“Meu nome foi colocado junto a esse pessoal aí sem ter conhecimento do que acontecia. Eu estava em Ituiutaba e Campinópolis [no Triângulo Mineiro]. Eu estava fazendo uma investigação de sequestro, fiquei lá por cerca de 75 dias. Neste período, se eu estive em Belo Horizonte quatro vezes, foi muito”. “Com relação aos telefonemas para o Bola, eu tenho uma propriedade ao lado de onde ele tinha uma arrendada e onde eram realizados alguns cursos de segurança. Eu tinha um lote e uma casinha. Se olhar para minha conta telefônica, vão ver que eu tinha contatos contínuos com o Bola bem antes de tudo que aconteceu. Vão ver que eu não estava em Belo Horizonte, eu estava longe. Eu sou um policial da ativa, que trabalho na investigação de sequestros, tenho família e preciso preservar a minha segurança”, disse Costa.

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