28/02/2014 11h08 - Atualizado em 28/02/2014 20h32

Advogado diz que Bruno pode jogar mesmo preso em regime fechado

Francisco Simim disse que goleiro assinou contrato com o Montes Claros FC.
Atleta está preso desde 2010 pela morte de Eliza Samudio.

Flavia Cristini e Michelly Oda Do G1 MG e do G1 Grande Minas

Bruno foi condenado a 22 anos pela morte de Eliza Samudio (Foto: Renata Caldeira / TJMG)Bruno foi condenado a 22 anos pela morte de
Eliza Samudio (Foto: Renata Caldeira / TJMG)

O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Francisco Simim, afirma que, mesmo em regime fechado, o jogador poderá trabalhar fora da prisão. O atleta assinou o contrato com o Montes Claros FC, que disputa o Módulo II do Campeonato Mineiro, segundo Simim. “A lei concede o benefício do trabalho mesmo em regime fechado, desde que ele esteja escoltado. Então poderia sair para treinar e voltar”, disse ao G1 na manhã desta sexta-feira (28).

Em março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza Samudio. Ele está detido desde julho de 2010, na Penitenciária Nelson Hungria.

Advogado do goleiro Bruno, Francisco Simim, na porta na Federação Mineira de Futebol, em Belo Horizonte (Foto: Diogo Finelli/Globoesporte.com)Advogado do goleiro Bruno, Francisco Simim, na
porta na Federação Mineira de Futebol
(Foto: Diogo Finelli/Globoesporte.com)

O advogado afirmou que o goleiro ficou muito emocionado no momento da assinatura do contrato. "Ele está muito empolgado com a possibilidade de voltar a jogar futebol", disse.

Ainda segundo Simim, Bruno foi examinado por um médico, que afirmou que o goleiro está apto para voltar aos campos. “Nosso projeto é que ele possa recuperar a forma física e esteja apto a jogar. Neste Campeonato Mineiro, eu não sei”, disse. O prazo para a inscrição de atletas na segunda divisão da competição termina nesta sexta-feira (28). Simim disse também que a mulher de Bruno Ingrid Calheiros está morando em Montes Claros.

De acordo com o clube, o contrato assinado por Bruno vale por cinco anos, tem salário de R$ 1.430 e multa rescisória de R$ 2,86 milhões. Para o presidente do Montes Claros Futebol Clube, Ville Mocellin, a atuação do goleiro na segunda fase do Campeonato Mineiro do Módulo II vai depender das condições físicas e técnicas do ex-jogador.

Contrato firmado entre o goleiro Bruno Fernandes e o time mineiro Montes Claros (Foto: Diogo Finelli/Globoesporte.com)Contrato firmado entre o goleiro Bruno Fernandes e
o time mineiro Montes Claros
(Foto: Diogo Finelli/Globoesporte.com)

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) confirmou que o advogado se reuniu com o jogador no presídio. Ainda segundo a pasta, a assinatura do documento dentro da unidade não é irregular, mas não há garantias de que Bruno poderá jogar, pois isso requer decisão judicial.

Em janeiro, o advogado de Bruno solicitou à Vara de Execuções Criminais de Contagem a transferência dele para o presídio de Montes Claros. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ainda não há decisão sobre a solicitação. O tribunal afirma que, enquanto Bruno estiver no regime fechado, ele só poderá trabalhar na cadeia. Ainda segundo o TJMG, somente em 22 de janeiro de 2020, o jogador poderá requerer o direito ao regime semiaberto.

O G1 consultou o presidente da Coordenação Nacional de Acompanhamento do Sistema Carcerário da Ordem dos Advogados do Brasil, Adilson Rocha, sobre a situação do goleiro. Segundo Rocha, a Justiça pode conceder o direito de Bruno atuar no futebol com base na Lei de Execução Penal, mas esta é uma decisão complexa. “O trabalho é aconselhável. Mas é uma autorização muito complexa, porque exigiria viagens e é uma atividade mais comum no fim de semana. É difícil conceder, mas há a possibilidade, que vejo como remota”, afirma.

O pedido de transferência para Montes Claros foi o segundo requerido pela defesa de Bruno. Uma primeira requisição foi feita para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Nova Lima (MG), mas o juiz da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Nova Lima, Juarez Morais de Azevedo, indeferiu o pedido no dia 3 deste mês. Uma falta grave verificada no atestado carcerário está entre as questões levadas em consideração pelo magistrado, conforme o TJMG.

O caso
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto e condendenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques – o Coxinha – por sequestro e cárcere privado do filho da ex-amante do goleiro. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.

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