Professores e servidores entraram em greve em 61 universidades e institutos federais do país
Professores e servidores estão em greve em 61 universidades e institutos federais.
Um levantamento feito pela TV Globo indica que ao menos 61 institutos federais e universidades estão com as atividades interrompidas parcialmente ou de forma total.
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, professores querem a reestruturação das carreiras, reajustes salariais e a recomposição do orçamento da Educação.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (18), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior disse que espera que as negociações entre as categorias e o governo federal sejam resolvidas de forma satisfatória para todos e para a sociedade o quanto antes.
Professores e servidores em greve impedem a entrada da Universidade Federal do Espírito Santo — Foto: JN
Os portões da Universidade Federal do Espírito Santo estão fechados desde segunda-feira (15). Professores e servidores em greve impedem a entrada no local; 11 mil alunos estão sem aula.
No Rio Grande do Sul, cerca de 500 estudantes do Instituto Federal do estado pediram durante uma manifestação pela manhã que o campus de Sertão não entre em greve.
A greve é parcial nas universidades e institutos federais do Paraná. Os servidores técnicos iniciaram o movimento no mês passado, e os professores há uma semana.
No Ceará, a paralisação atinge três universidades federais, um instituto federal e três universidades estaduais.
A maior parte do campus em São Luís, da Universidade Federal do Maranhão, amanheceu vazia.
Professores da Universidade Federal do Pará também aderiram ao movimento.
Na Universidade de Brasília, a greve dos professores começou na segunda-feira, mas não é total. Os servidores já estão parados há mais de um mês. Os alunos esperam que o movimento não se prolongue a ponto de comprometer o semestre de aulas.
"Fico preocupado em relação a quanto tempo essa greve pode durar e como ela vai prejudicar", afirma o estudante Juliano Costa.
"Acho que a maior preocupação que a gente tem agora é de realmente perder esse semestre. Porque a gente está aqui desde o começo e já tem quase dois meses", diz Samuel Felipe.
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron — Foto: JN
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse nesta quinta-feira (18), em entrevista à GloboNews, que o governo concedeu reajuste de 9% para todos os servidores públicos no ano passado, inclusive os professores e servidores da Educação, e que, para este ano, o governo está oferecendo reajuste nos benefícios, mas que qualquer aumento nos salários pode comprometer o equilíbrio do orçamento de 2024.
"O Orçamento de 2024 está feito, ele só contempla um espaço para reajuste de benefícios. Então, para o exercício de 2024, tenho dificuldade de vislumbrar como seria possível atender. Isso não é em relação a uma carreira ou outra. Para 2024, o orçamento já existe e existe o limite de despesas. No ano passado, nós concedemos 9% de reajuste pra todas as carreiras; um reajuste importante, merecido. Mas queremos valorizar na medida do possível. Nós acreditamos no serviço público, nas carreiras públicas, principalmente na educação pública do país, mas precisamos ter responsabilidade e cuidado pra que isso não seja um retrocesso", defendeu Ceron.
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