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Por Jornal Nacional


Nascente de água em Campo Grande (MS) — Foto: Jornal Nacional

Um projeto de preservação de nascentes tem contribuído para o abastecimento de água da capital de Mato Grosso do Sul.

A água segue seu curso em meio às árvores que protegem o córrego. Uma paisagem que se tornou comum na fazenda da Cristina, que além de pecuarista, é produtora de água.

“Nós não podemos só preservar o pasto, nós temos que fazer a manutenção e a preservação das nascentes, nas áreas de preservação ambiental e tudo isso contribui para uma melhoria de quantidade de água e qualidade de água”, conta Cristina.

Com assistência técnica, foi possível investir na recuperação do solo e das pastagens, fazendo com que a água pudesse rebrotar.

“Nós conservamos e melhoramos esse solo, capturamos carbono, trabalhamos a infiltração das águas e a ciclagem de nutrientes. Concomitantemente estamos trabalhando a restauração das áreas de 'app' e de reserva legal”, diz a analista de conservação do WWF Brasil, Laís Cunha.

Não demora muito e a gente encontra os resultados da recuperação das áreas nas propriedades rurais. Um local, por exemplo, que era arenoso, seco, hoje está totalmente diferente. Cheio de árvores e a gente ainda tem esse privilégio, esse presente da natureza: uma nascente com água em abundância.

A região faz parte da Bacia do Guariroba e toda água que sai de lá é responsável por quase 35% do abastecimento hídrico de Campo Grande. Uma das ações de conservação é o plantio de mudas em APPs, que são áreas de preservação e proteção ambiental nas propriedades. Só em uma fazenda foram plantadas 5 mil mudas próximo a um córrego.

“Primeiro: a gente vai ter uma água de melhor qualidade, uma água com uma turbidez menor, então isso afeta totalmente a questão do tratamento. Nós vamos ter uma água livre de contaminantes, como os agrotóxicos, e também nós temos a questão da quantidade. De um lado a qualidade, de outro a quantidade”, conta Fernando Garayo, gerente de ações ambientais da Águas Guariroba.

Quem preserva ganha pelos cuidados ambientais através do Programa Produtor de Água da Agência Nacional de Águas. O dinheiro vem das prefeituras. Já são 60 projetos distribuídos pelo Brasil em uma área de 86 mil hectares.

"Então, quando um produtor que muitas vezes pelo histórico não confia, não acredita no primeiro instante, quando ele vê o seu vizinho se engajando no projeto, recebendo isso, acaba tendo um efeito muito interessante e a gente ver com o passar do tempo uma adesão cada vez maior desses produtores", afirma Henrique Veiga, coordenador de Conservação e Uso Sustentável da Água ANA.

“Água é vida e a gente praticamente está plantando vida com essas ações todas de preservação”, afirma a pecuarista e produtora de água Cristina.

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