Por Bruna Yamaguti, g1 DF


Barragem do Descoberto, principal reservatório de Brasília, em imagem de arquivo — Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Nesta quarta-feira (22) é celebrado o Dia Mundial da Água. Em seus 5.800km², o Distrito Federal abriga sete bacias hidrográficas, além de nascentes e aquíferos que abastecem todo o país. Por esse motivo, o "quadradinho" do Centro Oeste é considerado a "caixa d'água do Brasil", diz a historiadora e ativista ambiental Lúcia Mendes, coordenadora do Fórum de Defesa das Águas do DF.

"É em Brasília que brotam as nascentes, e os aquíferos que passam aqui são os que vão formar as nascentes das principais bacias do país", diz Lúcia Mendes.

O fórum é formado por mais de 60 entidades que se reúnem com um objetivo comum: defender e preservar todas as áreas produtoras de água de Brasília. Desde terça-feira (21), o fórum promove o "Seminário Internacional Grito das Águas do Distrito Federal", na Universidade de Brasília (UnB).

A intenção do encontro, que termina nesta quarta (22), é discutir o futuro dos recursos naturais e hídricos do Distrito Federal. A partir das atividades desenvolvidas nos dois dias, será elaborado um Manifesto das Águas do DF que será encaminhado à Organização das Nações Unidas (ONU). Também será elaborado um calendário de ações para o ano de 2023.

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O seminário é composto por painéis onde são debatidas a situação e o futuro das das seguintes regiões produtoras de água:

  • Águas Emendadas e as bacias do Maranhão e do São Bartolomeu;
  • Serrinha do Paranoá e o Lago Paranoá;
  • Rio Melquior e a Bacia do Descoberto;
  • Chapada da Contagem e Reservatório de Santa Maria.

Para a historiadora Lúcia Mendes, que também preside a Associação Preserva Serrinha, é preciso realizar um trabalho conjunto entre organizações da sociedade civil e o governo do DF.

A ativista defende a implementação de ações para mitigar os efeitos do desmatamento o quanto antes. Ela explica que, com a expansão desenfreada de Brasília, empresas estão ocupando terrenos sem se preocupar com o que há debaixo da terra.

As consequências de tal cenário vão desde a possibilidade de uma nova crise hídrica a desastres naturais na capital federal.

“Quando você não escuta o murmúrio das águas, elas gritam. Se a gente não mudar essa lógica que só pensa em cimento e concreto em cima de nascentes, nós vamos comprometer o desenvolvimento das cidades" alerta Lúcia.

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