O Governo Federal quer que entidades estudantis paguem pelo prejuízo que a ocupação de escolas causou ao Enem.
Duzentos e sententa e um mil estudantes terão que esperar por quase um mês para fazer as novas provas nos dias 3 e 4 de dezembro. As provas do Enem não puderam ser aplicadas em 405 locais em 20 estados e no Distrito Federal.
“Eu lamento profundamente que esse grupo pequeno de estudantes muitas vezes manipulados por outro tipo de interesse possam prejudicar essa grande maioria”, diz o presidente do Inep, Maria inês Fini.
O ministro da Educação disse que vai pedir à Advocacia-Geral da União para processar três entidades estudantis por incentivar as ocupações: UNE, a UBES e a UJS. Mendonça Filho quer que elas paguem os custos do segundo Enem, estimados em R$ 15 milhões.
“Todos que acompanharam diretamente a organização do Enem sabem aquelas entidade que se manifestaram e que atuaram inclusive com respaldo de partidos políticos para que o Enem fosse inviabilizado”, afirmou o ministro.
Os estudantes seguem ocupando escolas e universidades em protesto contra a PEC que limita os gastos do governo e a reforma do Ensino Médio.
Nesta terça (8), o Ministério da Educação vai divulgar uma pesquisa feita pelo Ibope com 1.200 pessoas entre os dias 30 de outubro e 4 de novembro, que mostra que 72% dos entrevistados apoiam a reforma do Ensino Médio.
A Advocacia-Geral da União ainda estuda que tipo de medida pode ser adotada. O Ministério Público Federal não decidiu se vai entrar na Justiça pedindo o ressarcimento aos cofres públicos do dinheiro que vai ser gasto para fazer o segundo Enem.
A UNE, a UBES e a UJS declararam que ao punir financeiramente as entidades, o ministério tenta criminalizar o movimento estudantil e enfraquecer as ocupações, que questionam, legitimamente, a PEC do teto e a reforma do ensino médio.