Edição do dia 07/11/2016

07/11/2016 20h57 - Atualizado em 07/11/2016 21h47

Enem: governo quer que entidades estudantis paguem R$ 15 milhões

Ministro da Educação pretende processá-las por incentivar ocupações. Elas teriam impedido realização de provas do Enem em 405 locais.

O Governo Federal quer que entidades estudantis paguem pelo prejuízo que a ocupação de escolas causou ao Enem.

Duzentos e sententa e um mil estudantes terão que esperar por quase um mês para fazer as novas provas nos dias 3 e 4 de dezembro. As provas do Enem não puderam ser aplicadas em 405 locais em 20 estados e no Distrito Federal.

“Eu lamento profundamente que esse grupo pequeno de estudantes muitas vezes manipulados por outro tipo de interesse possam prejudicar essa grande maioria”, diz o presidente do Inep, Maria inês Fini.

O ministro da Educação disse que vai pedir à Advocacia-Geral da União para processar três entidades estudantis por incentivar as ocupações: UNE, a UBES e a UJS. Mendonça Filho quer que elas paguem os custos do segundo Enem, estimados em R$ 15 milhões.

“Todos que acompanharam diretamente a organização do Enem sabem aquelas entidade que se manifestaram e que atuaram inclusive com respaldo de partidos políticos para que o Enem fosse inviabilizado”, afirmou o ministro.

Os estudantes seguem ocupando escolas e universidades em protesto contra a PEC que limita os gastos do governo e a reforma do Ensino Médio.

Nesta terça (8), o Ministério da Educação vai divulgar uma pesquisa feita pelo Ibope com 1.200 pessoas entre os dias 30 de outubro e 4 de novembro, que mostra que 72% dos entrevistados apoiam a reforma do Ensino Médio.

A Advocacia-Geral da União ainda estuda que tipo de medida pode ser adotada. O Ministério Público Federal não decidiu se vai entrar na Justiça pedindo o ressarcimento aos cofres públicos do dinheiro que vai ser gasto para fazer o segundo Enem.

A UNE, a UBES e a UJS declararam que ao punir financeiramente as entidades, o ministério tenta criminalizar o movimento estudantil e enfraquecer as ocupações, que questionam, legitimamente, a PEC do teto e a reforma do ensino médio.