O Ministério Público Federal está investigado se a Vale - que é uma das donas da Samarco - continua jogando rejeitos de mineração numa barragem que já teria atingido a capacidade máxima, em Mariana.
Depois de participar da COP 21, em Paris, o prefeito de Mariana anunciou que um banco privado vai assumir a construção e a manutenção da escola pública do futuro povoado de Bento Rodrigues.
O prefeito disse que também pediu ajuda a ONGs ambientalistas para acelerar a recuperação do meio ambiente. A proposta é buscar recursos em fundos internacionais para fazer o básico: tirar o esgoto das cidades da bacia do Rio Doce de dentro dos rios.
“Para que todos esses 39 municípios de Ouro Preto até o Espírito Santo, passando por Mariana, possa se tratar toda essa calha do rio e a gente também deixar de poluir igual a gente está poluindo”, afirmou o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS).
Os procuradores de uma força-tarefa do Ministério Público Federal investigam o que provocou o rompimento da barragem de Fundão.
“Uma das causas possíveis do rompimento era o volume exagerado de rejeitos. O laudo que nos foi apresentado pelo DNPM, no final da semana passada, que indicava que a Vale depositava, sim, na barragem de Fundão volumes muito acima do que a Vale havia reconhecido”, diz o procurador federal José Adércio Leite Sampaio.
O laudo feito pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) diz que, no ano passado, o total de rejeitos líquidos jogados na barragem de Fundão passou de 18 milhões de metros cúbicos e que a Vale foi responsável por 28% desse total.
A Vale declarou que o DNPM levou em consideração o total de rejeitos produzidos pela mina. E que a Vale jogou em Fundão 15% dos rejeitos que produz. Esse percentual seria correspondente a 5% do total de rejeitos jogados na barragem de Fundão. Os outros 85% teriam sido jogados na barragem de Campo Grande, da própria Vale.
Os técnicos do DNPM pediram que fosse feita uma fiscalização, sobretudo na barragem de Campo Grande, de maneira urgente, porque já atingiu a cota máxima em 2014 e ainda estava sendo utilizada.
A Vale declarou que a barragem de Campo Grande tem capacidade total licenciada de 23 milhões e meio de metros cúbicos e que o volume atual dela é de 19,6 milhões mil metros cúbicos.