Peritos começaram a investigar as causas do incêndio que começou na terça-feira (24) num depósito de fertilizantes em Santa Catarina. A fumaça já chegou à costa de São Paulo. Segundo pesquisadores, pode atingir também o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, mas sem oferecer riscos à população.
Dez mil toneladas de fertilizante a base de nitrato de amônio entraram em combustão e criaram uma grande nuvem de fumaça sobre São Francisco do Sul.
O material estava estocado em um armazém. Ao todo, 200 bombeiros trabalham noite e dia para remover o fertilizante que ainda não foi consumido e, também, inundar o material em combustão, em uma tentativa de controlar a reação química que causa a fumaça.
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais dizem que a fumaça está seguindo para o Norte, pela costa do Brasil. A nuvem, que já chegou ao Paraná, pode ser vista em uma foto de satélite tirada na quarta.
Segundo o Inpe, a fumaça deverá se dispersar bastante ao longo do caminho, no meio das nuvens de chuva. “Ela deve atingir até o Norte do Rio de Janeiro, Espírito Santo. Nesse momento, ela tende a voltar em direção continente, só que ela volta em direção ao continente, mas muito tênue", explica Karla Longo, pesquisadora do Inpe.
Cento e trinta e seis moradores de São Francisco do Sul já procuraram o hospital e foram liberados. Eles tiveram náusea ou irritação nos olhos, na garganta e na pele. Um bombeiro voluntário, que trabalhou no local do incêndio e inalou uma grande quantidade de fumaça, está internado no centro de tratamento intensivo. O estado dele é considerado grave.
Para quem deixou a cidade o pedido da Defesa Civil é que espere um pouco mais para voltar até a situação ser controlada. Para quem ficou a orientação é evitar o contato com a fumaça. O problema é que isso exige vigilância permanente já que o vento muda constantemente a direção da fumaça.
Nesta quinta, a fumaça chegou à casa de Priscila da Costa. “O cheiro é característico com água sanitária”, contou a bióloga.
Em São Francisco do Sul, a maior parte do comércio permanece fechada e não há previsão de volta às aulas. A fumaça também paralisou as operações do porto. O exército isolou uma área em um raio de um quilômetro do depósito de fertilizantes.
Quem mora na área não tem autorização para voltar. Quem está desalojado não vê a hora de retornar. Tantas famílias estão em dois abrigos montados na cidade.
“Foi bem complicado as crianças saíram tudo sem se arrumar, sem café, só com a roupa do corpo. Eu não trouxe mais nada”, diz a servente Rosimeiri Duarte Pereira.
O Governo Federal determinou que a Polícia Federal investigue as causas do incêndio. A Petrobras ofereceu equipamentos e funcionários para ajudar a resolver o problema em São Francisco do Sul.