Edição do dia 10/01/2014

10/01/2014 13h51 - Atualizado em 10/01/2014 13h51

Protesto do MTST interdita por quatro horas avenida importante de SP

Manifestantes reivindicam construção de moradias em terreno.
Oito mil famílias ocupam o local há dois meses.

Veruska DonatoSão Paulo

Protesto do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) interditou por quase cinco horas algumas das principais ruas e avenidas da Zona Sul de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (10). Os manifestantes ocupam um terreno de um milhão de metros quadrados há dois meses e reivindicam que sejam construídas moradias no local.

Ainda estava escuro quando os manifestantes saíram pelas ruas da Zona Sul da cidade. Segundo a Polícia Militar, eram cerca de seis mil pessoas. O grupo fechou avenidas e o trânsito parou na Marginal Pinheiros.

Os passageiros tiveram que descer dos ônibus. Muitos motoristas também saíram dos carros e os motociclistas tiveram que empurrar as motos para poder passar. A polícia teve que fechar a avenida que dá acesso a Marginal Pinheiros, próximo da Ponte do Socorro. “Deveria ser feito de uma maneira mais produtiva, porque acaba parando, prejudicando certas pessoas, mesmo que tenha causa justa, é complicado”, diz Rodrigo Moreton, gerente de empresa, um dos muitos parado no trânsito.

No terreno ocupado pelo MTST, moram atualmente oito mil famílias. A Prefeitura de São Paulo já demonstrou a intenção de construir um parque no local. O movimento diz que já existe um parque bem perto dali e que, mesmo se a área fosse destinada para isso, poderia reservar uma parte para habitação.

“A gente não acha admissível é que faça 100% parque, ao lado de um parque, e tenha uma falta de moradia absurda na região”, explica Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST.

O prefeito Fernando Haddad disse que o terreno é uma área ambiental e que, por causa disso, não é possível construir no local.  “Pela legislação atual, nós poderíamos construir, no máximo, mil unidades habitacionais se o terreno fosse desapropriado e não oito mil unidades, que é o número de famílias que hoje estão ocupando aquela gleba”, afirma.

Haddad disse ainda que o decreto que determina a construção de um parque no local foi feito pelo ex-prefeito Gilberto Hassab. Ele informou que a Prefeitura está recebendo representantes do movimento.

 

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