A Justiça Federal condenou, na quarta-feira (5), o ex-presidente da OAS e outras seis pessoas por participação no esquema de corrupção da Petrobras.
O ex-presidente Leo Pinheiro e Agenor Franklin Medeiros, diretor afastado da OAS, foram condenados a 16 anos e quatro meses de prisão. Para a Justiça, eles cometeram os crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Matheus Coutinho Oliveira e José Ricardo Breghirolli, também ex-executivos da empreiteira, foram condenados a 11 anos de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Eles foram presos em novembro e vinham cumprindo prisão domiciliar. Vão poder devolver as tornozeleiras eletrônicas e recorrer em liberdade. Outro ex-executivo da OAS, Fernando Stremel Andrade, foi condenado a quatro anos por lavagem de dinheiro, mas a pena foi convertida em serviços comunitários.
Na sentença, o juiz federal Sérgio Moro reafirmou a participação da OAS no cartel que fraudou contratos na Petrobras nas obras das refinarias Getúlio Vargas, no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco. O juiz sustenta que, para manter o esquema de corrupção funcionando e garantir os contratos, a empreiteira pagou propina ao ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.
O juiz Sérgio Moro também condenou Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, mas a pena dos dois foi reduzida por causa do acordo de delação premiada.
Na quarta-feira (5) o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, foi levado do presídio onde está desde março para a sede da Polícia Federal. Foi a primeira reunião com os procuradores para prestar informações e tentar um acordo de delação premiada.
Réu em cinco processos da Operação Lava Jato, Duque é acusado de receber propina de contratos da Petrobras e repassar parte do dinheiro para o Partido dos Trabalhadores.
Duque foi indicado pelo ex-ministro José Dirceu, que também está preso desde segunda-feira (3).
O advogado Edward Carvalho, que representa o ex-presidente e os ex-executivos da OAS, disse que agora os clientes terão condições de se defender e de recorrer em liberdade.
O PT reafirmou que todas as doações ao partido foram feitas dentro da legislação e declaradas à Justiça Eleitoral.