Edição do dia 12/03/2015

13/03/2015 00h51 - Atualizado em 13/03/2015 00h56

PF vai investigar parlamentares sobre esquema de corrupção na Petrobras

Já estão na Polícia Federal inquéritos para investigar políticos e operadores.
PGR também pediu ao STF que senador Fernando Bezerra seja investigado.

Marcelo CosmeBrasília, DF

A Polícia Federal vai começar nos próximos dias a investigar o envolvimento de parlamentares no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. Os inquéritos foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal.

Já estão na Polícia Federal todos os inquéritos para investigar os 47 políticos e dois operadores que serão investigados. Na quinta-feira (12), a Procuradoria Geral da República também pediu ao STF a abertura de inquérito contra o senador Fernando Bezerra, do PSB.

Em delação premiada, o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, disse que em 2010, Bezerra, então secretário de Desenvolvimento de Pernambuco, pediu R$ 20 milhões para a reeleição de Eduardo Campos ao governo do estado.

Paulo Roberto Costa disse também que odoleiro Alberto Youssef confirmou o pagamento do dinheiro, que veio de empresas contratadas para construir a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A investigação precisa ser autorizada pelo ministro Teori Zavascki.

Já no Superior Tribunal de Justiça o ministro Luiz Felipe Salomão autorizou a investigação dos governadores Tião Viana, do Acre, e Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro.

No mesmo inquérito de Pezão também vão ser investigados o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e o ex-secretário da Casa Civil do Rio, Régis Fishner.

O Ministério Público Federal suspeita que eles tenham recebido dinheiro desviado para caixa dois de campanha. ÉPaulo Roberto Costa disse, em depoimento, que em 2010 foi procurado por Sérgio Cabral, então governador, Luiz Fernando Pezão, então vice, e Régis Fishner.

Eles pediram contribuições para a releeição de Cabral. O dinheiro foi solicitado a seis empresas que atuavam na obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

Segundo o delator, elas doaram juntas R$ 30 milhões. Em outro depoimento, o ex-diretor da Petrobras cita o governador do Acre e diz que Tião Viana, do PT, recebeu R$ 300 mil em 2010 para a campanha eleitoral.

O Ministério Público acredita que os políticos recorriam a diretores da Petrobras para conseguir dinheiro com as empreiteiras contratadas pela estatal.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, classificou como estapafúrdio o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, disseram que as afirmações do delator são mentirosas.

O ex-secretário da Casa Civil do Rio, Régis Fishner, disse que nunca participou de qualquer reunião com Paulo Roberto Costa.

O governador do Acre, Tião Viana, afirmou que a citação do nome dele é mentirosa.

O senador Fernando Bezerra declarou que recebeu com perplexidade a inclusão dele na lista de investigados e que vai provar a inocência.

 

 

veja também