Em São Paulo, a delegacia especializada em combate ao narcotráfico defendeu uma operação policial na Cracolândia contra críticas feitas pela prefeitura.
As imagens do jornal Estado de São Paulo mostram a operação de policiais civis, do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico, o Denarc, realizada na Cracolândia, região central de São Paulo.
A ação da Polícia Civil foi condenada pela prefeitura. Na hora da operação, havia funcionários do Programa Braços Abertos, que atuam na região para oferecer trabalho e abrigo para os dependentes químicos.
“Eu caracterizo como lamentável. O que houve foi uma ação da Polícia Civil, sem que a prefeitura e a própria Polícia Militar tivessem conhecimento, rompendo um diálogo muito produtivo e profícuo”, lamentou o prefeito Fernando Haddad.
A prefeitura disse que os policiais usaram força desnecessária. “Fizeram uma incursão desastrosa, com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, e aí o tumulto foi generalizado”, afirma Roberto Porto, secretário municipal de Segurança Urbana.
A diretora do Denarc, Elaine Biasoli, disse que o objetivo da ação era prender um traficante e que a operação foi legítima e dentro da legalidade. Afirmou ainda que os policiais só usaram bomba de efeito moral porque houve resistência. Segundo a polícia, três policiais ficaram feridos. “O Denarc não possui bala de borracha. Eles foram recebidos a paulada, quebravam a viatura, feriram polícia. Foi pedido reforço e nós mandamos reforço para lá justamente para concretizar essa prisão. Foi preso ele e mais três traficantes”.
A prefeitura afirma que trabalha há seis meses na Cracolândia para conquistar a confiança dos usuários de drogas e que ação policial de hoje pode comprometer a continuidade do programa.
“Esse tipo de ação pode comprometer essa relação de confiança que foi estabelecida ao longo desses meses. E isso nós não podemos permitir”, diz Chico Macena.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a qual o Denarc é subordinado, informou que a prisão de traficantes pelo departamento na Cracolândia ou em qualquer outra área da cidade, não necessita, legalmente, de comunicação prévia a qualquer autoridade. Reforçou ainda que a ação desta quinta-feira faz parte de uma rotina do Denarc.
“Aonde houver trafico nós vamos identificar e vamos prender. Independentemente de Cracolândia, de onde for”, disse Elaine Biasoli.
