Guia de Compras: fones de ouvido Bluetooth — Foto: Ighor Jesus/g1
Fones de ouvido "grandes" são uma alternativa para quem não gosta dos modelos que entram no canal auditivo – como os AirPods, da Apple.
Suas principais vantagens são a melhor qualidade de som e a duração maior da bateria na comparação com os "foninhos" pequenos, que também são mais fáceis de perder.
🎧 Esses headphones "grandes" se dividem em duas categorias: os over-ear, que cobrem todo o ouvido, e os on-ear, que ficam sobre as orelhas.
O Guia de Compras testou quatro fones de ouvido sem fio com conexão Bluetooth encontrados nas lojas on-line em julho na faixa entre R$ 200 e R$ 300.
Foram avaliados dois modelos de cada categoria. São aparelhos básicos, sem recursos avançados como cancelamento de ruído, acesso rápido a mordomos digitais (como Google Assistente ou Amazon Alexa) e acabamento sofisticado com materiais de maior qualidade.
Tocam música bem, pelo menos – com uma exceção.
São eles:
Veja os resultados do teste a seguir e, ao final da reportagem, a conclusão.
Geonav AerJoy
O Geonav AerJoy é um fone de ouvido bluetooth do tipo on-ear, que fica sobre os ouvidos.
O modelo oferece integração com app para celular, que permite localizar o dispositivo, e tem uma qualidade de som muito boa.
O produto era encontrado por R$ 200 nas lojas on-line consultadas em julho.
O design do AerJoy é bastante simples, com hastes em plástico branco e um acabamento marrom claro emborrachado em um couro sintético. O modelo pesa apenas 150 gramas – o mais leve dos quatro avaliados – e tem uma versão em preto.
O fone conta com ajuste para a altura na cabeça e indicações em inglês dos lados direito e esquerdo nas conchas.
Apesar do formato que pressiona mais o ouvido, usar os fones não causa muito incômodo a longo prazo.
O modelo vem com proteção do tipo IPX4, que resguarda o equipamento de chuva leve, suor e respingos. É uma vantagem em relação aos concorrentes, que não contam com proteção similar.
São três botões apenas no produto: um que liga e desliga os fones e comanda a conectividade e outro para controle de volume (mais ou menos).
Detalhe dos controles do Geonav AerJoy — Foto: Henrique Martin/g1
A qualidade de som dos fones da Geonav é muito boa. Deu para ouvir podcasts e chamadas com clareza e nitidez.
Para músicas, os graves são reforçados com uma batida perceptível dos graves – tão bons quanto os fones da JBL do teste, que estão na mesma categoria on-ear. Batidas de Tame Impala ou jazz clássico de Miles Davis soam bem nos fones.
O aplicativo compatível com o AerJoy é o Hi by Geonav, que funciona com outros produtos conectados da marca, como lâmpadas com wi-fi e balanças digitais.
O app permite um ajuste mais detalhado de equalização do som, mas sua função mais interessante é o "Encontrar o fone de ouvido" – que emite um som de alerta caso os fones estejam perdidos em algum lugar da casa. Mas não funciona se o aparelho estiver desligado.
Segundo a fabricante, a bateria tem autonomia de até 52 horas. É algo em torno de usar uma semana inteira por 8 horas ao dia e contar com carga ainda para o final da semana.
A recarga é feita por um conector USB-C, o mesmo usado na maioria dos celulares.
Gshield Flex
O Gshield Flex entra na categoria dos fones over-ear, que cobrem todo o ouvido de forma bastante confortável. O fone, porém, tem uma qualidade baixa de som e um volume muito alto.
Nas lojas da internet, o produto era vendido por R$ 270 no meio de julho.
O Flex é o modelo mais pesado entre os quatro avaliados, com 200 gramas.
Seu design é o mais atraente de todos, com acabamento fosco em plástico preto e almofadas cobertas por um material sintético, parecendo um produto mais caro do que realmente é.
A indicação dos lados corretos é fácil de ver, logo acima das conchas.
Os fones da Gshield também são os com mais botões de comando, incluindo volume, liga/desliga/conexão bluetooth e o único a contar com teclas dedicadas para avançar e retroceder músicas.
Detalhe dos controles do Gshield Flex — Foto: Henrique Martin/g1
Não tem FM e tocador de MP3 como o Philco, mas vem com conector P2 para dispositivos com fio.
A qualidade do som é muito baixa, com nada em destaque. Ouvindo Rosalia ou Calvin Harris, parecia que estava com uma camada extra de tecido sobre os fones. Mudando de gênero musical (e até de celular conectado), a experiência foi semelhante.
Mesmo com podcasts, apenas com voz, o áudio ficava abafado o tempo todo.
O volume no menor nível é suportável. Aumentar um pouquinho o deixa sem condições de uso, muito exagerado.
A fabricante não oferece um app para comandos ou ajuste de equalização – que poderia resolver um pouco a qualidade do som. Segundo a marca, sua bateria dura 10 horas, recarregada por um cabo USB-C.
JBL Tune 520 BT
O JBL Tune 520 BT também é um fone do tipo on-ear, com app para celular e ótima qualidade de som, a melhor entre os produtos do teste.
Os fones eram vendidos por R$ 250 em julho nas lojas da internet.
O acabamento do produto é feito em plástico, com material sintético cobrindo as conchas almofadadas e a parte superior da haste, que conta com ajuste de altura.
Durante o uso, os fones apertaram um pouco a cabeça, mas basta mover as conchas para deixar a experiência mais confortável.
Como ocorre com o fone da Geonav, traz marcações de lado direito e esquerdo dos fones em inglês (L e R). Mas não tem recursos de localização via app.
Os fones pesam 157 gramas e a JBL oferece versões do produto também em azul e branco. A fabricante não indica proteção contra água ou suor.
Os controles são básicos – apenas um botão de liga/desliga/conectar ao celular, um para tocar/pausar músicas/atender ligações e controle de volume.
Detalhe dos controles do JBL Tune 520 BT — Foto: Henrique Martin/g1
O som dos JBL Tune 520 BT é ótimo para quem gosta de graves, algo comum com modelos da marca.
O app JBL Headphones permite o controle de equalização do som com dois níveis de graves (normal e extremo), que deixa o batidão de qualquer funk bastante forte.
Para demais ritmos – eletrônicos ou clássicos, rock ou sertanejo – os demais ajustes pré-selecionados (club, estúdio, vocal e jazz) deixam os tons mais agradáveis e menos exagerados.
Também é possível alternar entre um modo de áudio inteligente (para chamadas de voz e ouvir música) com maior qualidade de som em vídeo, para aprimorar a sincronia da voz em chamadas pela internet.
Um recurso encontrado em outros modelos da marca permite pareamento rápido com celulares com sistema Android. Basta ligar os fones que o smartphone já reconhece o acessório de forma automática, sem precisar de configurações adicionais.
A JBL diz que a bateria dos Tune 520 BT dura até 57 horas com uma recarga, e que cinco minutos na tomada (USB-C) permitem usar o produto por até 3 horas.
Philco Wave
O Philco Wave é um fone de ouvido over-ear (que cobre todo o ouvido) com uma qualidade boa de áudio e recursos que os concorrentes avaliados não oferecem: rádio FM e tocador de MP3 no cartão microSD.
O modelo custava R$ 150 nas lojas on-line pesquisadas em julho. É o headphone mais barato entre os produtos avaliados.
Pelo formato maior, o fone da Philco é mais pesado que os on-ear, com 185 gramas. Mas seu uso é mais confortável, pois não pressiona os ouvidos de forma direta.
O acabamento é de plástico com couro sintético nas almofadas, tudo em um rosa claro e dourado. A fabricante também oferece uma versão do produto em preto.
Os fones não contam com proteção contra respingos de água ou suor nem com uma indicação grande do lado correto de uso – que fica em uma parte menor da parte interna das conchas.
Os controles são similares aos dos outros fones, com um botão adicional "M" para selecionar o modo de uso – conexão bluetooth, rádio FM ou cartão microSD.
Detalhe de parte dos controles do Philco Wave — Foto: Henrique Martin/g1
Como ocorre no fone da Gshield, o modelo da Philco também tem um conector P2, para ligar o produto a outros dispositivos com fio. JBL e Geonav não têm esse conector, por conta do tamanho menor do produto.
O som gerado pelos fones da Philco é bom – não tem o exagero dos graves do JBL nem a nitidez do Geonav, mas é muito melhor que o da Gshield. Ficou bom para ouvir podcasts e música em geral, não importa o ritmo.
A Philco não oferece recursos adicionais via aplicativo. Mas a presença do cartão microSD, com capacidade de até 32 GB, e da rádio FM permitem utilização diferente em comparação aos concorrentes.
Sintonizar rádios requer bastante paciência para ajustar os comandos e a chance de ouvir chiado é maior do que músicas ou notícias.
A duração de bateria estimada pelo fabricante também é menor que a dos modelos da JBL e Geonav e maior que a do Gshield.
A Philco diz que o modelo varia de 12h a 22h, dependendo do volume em uso. O Wave é o único a usar um cabo micro USB para recarga do produto.
Conclusão
RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO: para os fones on-ear, o da Geonav é a melhor opção pela qualidade de som, recursos e preço mais baixo em comparação ao da JBL.
Para os fones over-ear, o da Philco (modelo mais barato do teste) é a escolha mais garantida por conta da melhor qualidade de áudio e mais recursos na comparação com o da Gshield.
MELHOR SOM: Entre os quatro fones, a qualidade de áudio do JBL é o maior destaque.
FACILIDADE DE TRANSPORTE: Todos os fones são dobráveis para facilitar na hora de colocar em uma bolsa ou mochila, mas os modelos da JBL, da Philco e da Gshield parecem ter um melhor acabamento e encaixe com os equipamentos fechados, como dá para ver na imagem abaixo.
O da Geonav fica um pouco desalinhado quando dobrado.
Fones dobrados, em sentido horário: Geonav, JBL, Philco e Gshield — Foto: Henrique Martin/g1
As estruturas de plástico de todos parecem reforçadas o suficiente para ficar fechados por bastante tempo e resistir ao transporte em uma mochila ou bolsa.
Como foram feitos os testes
O Guia de Compras solicitou aos fabricantes os modelos mais recentes de fones bluetooth do tipo on-ear (que cobrem apenas a parte da orelha) ou over-ear (que cobrem todo o ouvido) na faixa de R$ 300 ou menos.
Os aparelhos foram enviados por empréstimo e serão devolvidos.
A Philips não tinha um modelo disponível para o teste. A Edifier não respondeu ao pedido de envio.
Foram considerados a facilidade de instalação, os recursos disponíveis e os aplicativos para smartphone (ou não). Depois disso, foram horas e horas de música de estilos variados ouvidos no final de junho e primeira metade de julho para avaliar a qualidade de som.
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