Alimentador automático para pets: g1 testa para ver se vale a pena

Eles armazenam bastante ração e, programados por um aplicativo no celular, derrubam uma porção (ou mais) no pratinho na hora certa. Dá até para pedir para a Alexa ou Google Assistente darem comida para os pets.

🐈 O Guia de Compras testou dois modelos de alimentadores automáticos para animais domésticos, o Geonav Alimentador Inteligente Wi-Fi e o Comedouro Pet KaBuM! Smart 700.

🐶 A principal vantagem desses produtos é a praticidade – dar comida para os cães ou gatos em horários em que o tutor não está em casa. O da Kabum até vem com uma câmera que permite interagir com os animais.

Mas, antes de comprar um, é bom entender que são produtos limitados por servir apenas para um bicho de pequeno porte, que pese no máximo 10kg – essa é a indicação dos fabricantes.

Os depósitos de ração desses equipamentos comportam somente comida com uma espessura pequena, de até 10 ou 12 mm – basta medir com uma régua.

Se o grão for maior, pode travar os mecanismos que dispensam o alimento na hora certa.

Também é recomendável consultar sempre o veterinário para verificar a quantidade correta de ração que o animal deve ingerir por dia.

Os dois alimentadores do teste eram vendidos em agosto por R$ 550 nas principais lojas da internet.

A avaliação foi feita em parceria com Chicabon, uma das mascotes do Guia de Compras. Luna, um labrador, não pôde participar porque a ração dela era muito grande para os produtos e entalou nos alimentadores.

Leia sobre os produtos a seguir e, ao final da reportagem, a conclusão e como foram feitos os testes.

O Alimentador Inteligente Wi-Fi da Geonav é um modelo simples que faz o prometido: fornecer ração para os bichos de estimação na hora que o dono programar.

O produto tem capacidade para 4 litros de ração seca, que precisa ter 10 mm de tamanho no máximo. Essa capacidade é maior que a do alimentador da Kabum.

Cada porção dispensada pelo alimentador tem 15 gramas – e é possível liberar mais de uma fração por vez. O da Kabum oferece 5 gramas quando solta os grãos na vasilha.

O dispositivo se liga à rede elétrica por um cabo USB (sem carregador de parede na caixa). É possível usar três pilhas (tipo D, daquelas grandes, não inclusas), caso não tenha uma tomada por perto do local de alimentação do animal ou ocorra um problema no fornecimento de eletricidade.

A configuração do Alimentador Inteligente é similar à de lâmpadas e outros produtos conectados da fabricante, pelo aplicativo Hi by Geonav.

É preciso criar uma conta e adicionar o aparelho, que aparece em uma lista de dispositivos, para ligar ao wi-fi e começar a usar.

O app, ao terminar os ajustes iniciais, já conecta o alimentador de forma automática à Amazon Alexa ou Google Assistente.

Desse modo, dá para usar comandos de voz para alimentar os pets.

O Hi by Geonav mostra apenas um cão em sua tela principal, sem possibilidade de trocar.

O app permite criar programações de alimentação durante o dia, que será dispensado na hora definida pelo tutor. Além do horário, é possível determinar a quantidade de porções que o aparelho vai soltar a cada programação.

Pelo aplicativo, também é possível liberar porções adicionais.

O Alimentador da Geonav vem em uma peça única que inclui o depósito de ração e o dispensador automático.

Para limpar, basta remover a tampa superior e passar um pano seco – as partes não são removíveis, como ocorre no modelo da Kabum, que pode ser lavado separadamente.

A vasilha de ração é removível e pode ser lavada com água e sabão.

O Comedouro Pet KaBuM! Smart 700 é um alimentador automático com mais recursos em comparação com o da Geonav.

O produto conta com uma câmera com resolução HD para observar o ambiente (e o animal comendo) e pode ser desmontado para uma limpeza mais fácil.

A fabricante diz que o produto é indicado para animais de pequeno porte, sem especificar um peso máximo.

O dispositivo tem capacidade para 2,6 litros de ração – cada grão precisa ter até 12 mm de espessura para passar pelo sistema. É um espaço de armazenamento menor de ração que o modelo da Geonav.

A configuração é simples, como a do Geonav. Basta ligar o Comedouro Pet pela conexão USB-C a um carregador e seguir os passos do aplicativo Kabum Smart. A fabricante fornece somente o cabo, sem a tomada respectiva.

Como também ocorre no Geonav, é possível usar 4 pilhas (tipo C, conhecida como "média") no alimentador, caso não tenha uma tomada por perto.

O app também requer criar uma conta no serviço on-line da Kabum para conseguir configurar o dispositivo.

O processo é similar ao da Geonav, com uma diferença: por ter uma câmera, o aplicativo gera um QR Code para ser lido pela lente e iniciar o processo, em vez de buscar o equipamento de forma automática.

Essa ação é um pouco complicada, mas funcionou depois de algumas tentativas.

A conexão a um mordomo digital pode ser feita pelo app, mas não ocorreu de forma automática como no da Geonav.

O Kabum Smart também permite programar a alimentação durante o dia, em horários determinados e a quantidade de porções a serem dispensadas. Cada porção liberada pelo alimentador é de 5 gramas.

Outro recurso interessante é um sensor de quantidade de ração no depósito. Se baixar de um determinado ponto, uma luz vai acender na base do alimentador.

O mais diferente aqui é a câmera, que pode ser visualizada pelo app. Ela mostra em primeiro plano o prato de comida – prepare-se para ver a cabeça do pet abaixada quando ele estiver comendo.

Não espere imagens de altíssima definição, mas dá para ver bem o que acontece ao redor do produto.

A parte de vídeo do alimentador permite ainda tirar fotos e gravar filmes pelo app. E dá para "falar" com seu bichinho de estimação, graças a um microfone e alto-falantes instalados no produto.

A limpeza do Comedouro Pet Kabum foi mais simples, já que a parte do depósito de ração é removível e pode ser lavada à parte.

A vasilha também sai e pode ser limpa com água e sabão.

O alimentador automático para pets, de acordo com Alessandra Melchert, professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp em Botucatu, tem duas indicações principais:

• Animais que ficam ansiosos com a falta de comida quando os tutores estão fora de casa – trabalhando, por exemplo.
• Pets que não podem ficar em jejum por muito tempo por recomendação médica.

O produto pode funcionar também para alimentar os bichos durante viagens dos tutores.

Porém, uma viagem também requer que tenha alguém disponível para limpar as fezes dos animais e trocar a água.

O tamanho da porção servida nos alimentadores deve ser consultado com o veterinário, que vai indicar qual o valor ideal para cada bicho.

15 gramas de ração, como é a porção da Geonav, pode ser muito para um gato, mas pouco para um cachorro, por exemplo.

"A comida não precisa ser liberada o tempo todo para cães adultos, que costumam se alimentar de duas a três vezes ao dia", explica Melchert.

Para gatos, os tempos de distribuição podem ser mais divididos durante o dia, já que os felinos comem pequenas porções de forma mais pausada.

"A porção varia de acordo com as características de cada animal doméstico e seu estado fisiológico", comenta a professora.

Um dos riscos que pode vir com a alimentação exagerada dos animais é a obesidade. "É o risco mais iminente se o animal for muito guloso, além de vômitos e diarreia", diz a especialista.

Chicabon, a gata, ficou curiosa nos primeiros dias com a "coisa" nova automática que solta comida. A instalação dos dois produtos foi feita fora do local normal em que ela está acostumada.

É que o pratinho de comida fica em um lugar sem tomada por perto.

Como o cabo de energia de ambos os comedouros era curto demais, a instalação foi feita em outro local da sala.

As porções mínimas de 15 gramas, padrão no modelo da Geonav, eram grandes demais para um felino sozinho.

A primeira programação foi de dispensar comida a cada 6 horas (ou quatro vezes ao dia), que foi alternada para apenas duas após dois dias.

Era comida demais sobrando. Os gatos nem sempre apreciam ração mais velha.

O principal problema do Geonav parece ser mesmo o tamanho da porção, que deu a impressão de ser mais indicado para cães de pequeno porte ou para quem tem mais bichos na casa.

No alimentador da Kabum, o processo foi similar. A gata perdeu interesse ao longo do tempo e acabou pedindo comida no pratinho “oficial”.

Sua maior vantagem é a quantidade menor de ração. A porção de 5 gramas é mais razoável para um gato só, evitando o desperdício e que o pet ache que tem comida velha ali.

Mas para um pet um pouco maior – ou dois gatos, por exemplo, é mais fácil configurar duas ou três porções dispensadas ao mesmo tempo.

Como os gatos são animais de rotina, fica difícil adaptar um bicho que já tem costume de comer de outro jeito. Talvez dê mais certo se começar a usar o alimentador com um filhote.

Com a labrador Luna, testar os alimentadores só comprovou que são produtos feitos para animais de estimação de pequeno porte – a ração era maior que o tamanho comportado pelos dispositivos.

Os alimentadores do teste foram usados por duas semanas cada.

A escolha dos produtos foi feita buscando os principais fornecedores nas lojas on-line. Uma terceira marca (Ekaza) só respondeu depois do prazo e não conseguiria mandar o comedouro a tempo do teste.

Os modelos foram enviados por empréstimo e serão devolvidos.