Skate: saiba como escolher — Foto: g1
Não é só "febre" das Olimpíadas. "O skate é uma grande curtição. Consegue integrar pessoas de diferentes gerações. Você encontra pais e filhos praticando o esporte juntos", diz o ortopedista Marcus Vinícius Amaral, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).
O g1 conversou médicos e com o Roger Mancha, consultor técnico da seleção brasileira de skate, para explica os diferentes "shapes" e quais são os cuidados para a prática. Todos destacam que o uso de equipamentos de segurança é fundamental em qualquer idade (leia mais ao fim da reportagem).
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Os modelos de skate podem ser divididos nas 3 categorias a seguir.
Skate: saiba como escolher - Skateboard — Foto: g1
Também conhecido como skate street ou tradicional, o skateboard pode ser utilizado em diversas modalidades, tendo design próprio para executar manobras. Veja exemplos:
Skate Mormaii Urban
Skate Mormaii Urban — Foto: Divulgação
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Skate montado profissional Solo Decks
Skate montado profissional Solo Decks — Foto: Divulgação
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Skate Estilo Winmax
Skate Estilo Winmax — Foto: Divulgação
Não estava disponível nas lojas consultadas no momento da publicação da reportagem.
Skate: saiba como escolher - Longboard — Foto: g1
São modelos mais compridos, ou seja, com "shapes" mais longos. A velocidade e a forma de deslizar diferem, segundo especialistas.
Skate longboard Atom Pintail
Skate longboard Atom Pintail — Foto: Divulgação
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Skate Longboard Urban Sand Atrio
Skate Longboard Urban Sand Atrio — Foto: Divulgação
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Skate Longboard Multilaser
Skate Longboard Multilaser — Foto: Divulgação
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Skate: saiba como escolher - Cruiser — Foto: g1
O skate cruiser é uma versão menor e mais fina e é usado, principalmente, para locomoção. De acordo com especialistas, não é indicado para quem pretende fazer manobras radicais.
Skate Cruiser Bob Burnquist Atrio
Skate Cruiser Bob Burnquist Atrio — Foto: Divulgação
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Skate Cruiser Mormaii Fishtail
Skate Cruiser Mormaii Fishtail — Foto: Divulgação
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Skate Mini Fat Cruiser Kryptonics
Skate Mini Fat Cruiser Kryptonics — Foto: Divulgação
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Escolha do skate
Entenda cada uma das partes que compõem o equipamento:
1) "Shape": é a base do skate. No mercado, são comercializados os de madeira, que são mais resistentes para manobras, e os de plásticos, que são mais leves, mas não oferecem tanta durabilidade, segundo Roger Mancha, consultor técnico da seleção brasileira de skate.
“Os shapes de plástico são brinquedos bem fracos”, complementa Mancha.
Os tamanhos variam de acordo com a modalidade:
- 7.5” (18,7 cm) a 8” (20,3 cm) - para quem anda em ruas e faz manobras técnicas;
- 8” (20,3 cm) a 8,25” (20,6 cm) - para quem anda em minirrampas, "bowls" e skateparks;
- 8.25” (20,6 cm) e maiores – para quem anda em "half pipes" (vertical) e "bowls".
“Podem parecer complicadas as medidas, mas tem uma diferença enorme entre um 'shape' de 8” e um de 8.25”. A aderência e a estabilidade do pé é uma delas”, pontua o consultor técnico.
Para crianças, Mancha indica o tamanho 8.2". "É um 'shape' mais street e menorzinho", justifica.
2) Lixas: são adesivas e grudadas na superfície do "shape". Impedem que o calçado deslize na tábua do skate, segundo o especialista.
3) "Trucks": eixos responsáveis pelo encaixe das rodas, dos rolamentos e do amortecedor. Podem ser feitos de alumínio ou de ferro.
4) Rodas: há duas medidas a considerar. Em relação à dureza, é levada em conta a chamada escala "duromater". As rodas são classificadas em A ou B, sendo a primeira a mais comum, e variam entre 75A e 102A – quanto maior for a numeração, mais dura é a roda.
Em relação à altura das rodas, a medida é em milímetros (50 mm a 60 mm). “Tem rodinha pequena, grande e média", explica Mancha.
"Quanto mais baixa (a roda), temos um skate técnico, e, quanto mais alta, é um skate para pista, com mais velocidade”, resume o consultor.
5) Rolamentos: são classificados de acordo com o Comitê de Engenharia de Rolamentos Anulares (da sigla ABEC, em inglês) e variam de 1 a 11. Quanto mais alto, mais precisão tem o rolamento.
"O rolamento é uma medida universal, tem vários preços e você escolhe de acordo com a sua necessidade”, diz Mancha.
Cuidados para todas as idades
Diferentes manobras, mudanças de direção e movimentos ousados: o skate exige muito da musculatura do corpo e, segundo especialistas, é importante ter um preparo físico para fortalecer a estrutura óssea.
“É necessário, sobretudo para a musculatura dos membros inferiores, que são os mais utilizados", aponta Roberto Queiroz, diretor do serviço de ortopedia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE).
"Você acaba forçando a estrutura da coxa, da perna e da própria coluna, para manter o equilíbrio”, complementa o médico.
Esse preparo vai depender da intensidade com que se utiliza o skate. Os especialistas recomendam treinos de agilidade, equilíbrio, mobilidade das articulações e resistência das musculaturas que estabilizam o corpo, principalmente, o tronco.
“Para pessoas que pensam em competição, a ideia de um preparador físico acompanhando (por um profissional) é fundamental. Para atletas amadores, que vão se divertir com o skate, um treinamento convencional em uma academia é suficiente”, avalia Marcus Vinícius Amaral, chefe da divisão de traumatologia e ortopedia do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).
Atenção com as crianças
Não existe uma idade mínima para começar a andar de skate, segundo os especialistas consultados. No entanto, crianças com menos de 5 anos de idade não têm capacidade física que permita praticar o skate de verdade, ou seja, de modo profissional.
“Crianças de 4/5 anos já apresentam melhora da capacidade motora, do equilíbrio e da estabilidade do corpo. Para os menores, é apenas uma brincadeira”, diz Amaral.
O osso da criança é mais elástico, ou seja, com menor quantidade de cálcio e outros minerais, podendo deformar com facilidade, adverte Roberto Queiroz, do Hospital do Servidor Público. “Por isso, é importante ela estar bem protegida para responder bem à queda.”
Equipamentos de segurança
Não só as crianças precisam de proteção: ela é recomendável para quem for andar de skate, independente da idade.
Para iniciantes, é primordial utilizar os itens de segurança como capacete, cotoveleiras, joelheiras, munhequeiras e bundeira.
“As pessoas assistem esses campeões andando de skate nas competições sem equipamento, mas todos começaram no esporte utilizando”, destaca Roger Mancha, consultor técnico da seleção.
O uso de tênis específicos também é importante, já que eles aumentam a aderência do corpo sobre o skate e geram menos impacto nos tornozelos, de acordo com o ortopedista Marcus Vinícius Amaral.
Não tem jeito: as quedas são frequentes. Para os especialistas, a cabeça é a região mais sensível, principalmente para quem faz manobras radicais.
“É importante (usar o capacete) para evitar pequenos traumatismos cranianos", diz Amaral. "Do ponto de vista ortopédico, os membros mais expostos são os joelhos, tornozelos e cotovelos, que podem sofrer lesões no ligamento ou fraturas."
"Com o tempo, os skatistas vão aprendendo a cair e vão entendendo quais parte do corpo devem ser protegidas com mais frequência, (além de aprenderem) o posicionamento das mãos, como não cair de joelhos e outros truques", complementa Roberto Queiroz, ortopedista do HSPE.
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