Por Henrique Martin, g1


Guia de Compras: Monte seu PC — Foto: Juan Silva/g1

Montar um PC em casa é uma tarefa que pode ser mais simples do que se imagina.

Mas requer um bom planejamento prévio para comprar diversos componentes separados e o conhecimento técnico básico para encaixar as partes no local correto.

As principais vantagens de montar seu próprio computador de mesa são:

  • 🛠 Alto nível de personalização, com gabinete e luzes RGB do jeito que quiser.
  • ⌨️ Controle completo na escolha das partes da máquina: processador, placa mãe, memória RAM, armazenamento, gabinete, entre outras peças.
  • 🔌 Muitos fabricantes de PCs não oferecem PCs de mesa para usuários básicos ou intermediários – só para gamers ou quem quer máquinas de alto desempenho.
  • 🧰 Montar um também é uma alternativa de uso para trabalhar ou estudar para quem não quer ou não precisa de um notebook.

A principal desvantagem é a montagem em si, um quebra-cabeças com peças bem mais caras, sensíveis e sofisticadas.

Outros guias:

O Guia de Compras montou dois computadores com configurações intermediárias, usando peças disponíveis nas lojas da internet. Um deles tem processador AMD, com opção de placa de vídeo da marca.

O outro, da Intel, tem duas sugestões de placa gráfica – da própria Intel ou da Nvidia. Itens como memória, gabinete e SSD podem ser alternados entre as duas configurações.

Somando os valores nas lojas consultadas em junho, a configuração total do AMD ficava na faixa dos R$ 5.000. A máquina com Intel saía em torno de R$ 6.000.

As duas configurações não incluem o sistema operacional Windows 11 Home, que sai por mais R$ 1.200 na Microsoft. Mas dá para usar o sistema Linux, que é gratuito. E não incluem monitor, teclado e mouse.

Para comparação, um PC da Dell similar, já montado, custava a partir de R$ 6.200, com menos opções de alterações no hardware além de memória, processador e armazenamento interno.

Veja a lista a seguir e, ao final, as dicas de quais são os itens essenciais para montar seu PC sozinho.

Plataforma AMD

Placa de vídeo Asrock RX 6600 CLD
Placa de vídeo Asrock RX 6600 CLD
Cooler para Processador Rise Mode Winter
Cooler para processador Rise Mode Winter

Plataforma Intel

Cooler Master Blizzard T2
Cooler Master Blizzard T2

No que prestar atenção na hora da compra:

Processador

"O processador é o primeiro item a levar em consideração, e a partir dele dá para começar a planejar a máquina", explica Artur de Oliveira Jr, responsável pela área de CPUs da AMD.

"Também é preciso entender qual será o uso do computador, se é algo para o dia a dia, para aplicativos específicos ou para jogar", complementa Bruno Shigemura, gerente da Intel.

O mais recomendável é optar pelas gerações mais novas dos processadores da AMD e Intel. Elas oferecem " mais desempenho e melhor benefício", nas palavras de Shigemura.

As fabricantes indicaram uma forma rápida de como identificar de qual ano e geração é aquele processador.

PARA AMD: Os processadores Ryzen 3, 5, 7 e 9 estão em sua sétima geração, a mais atual. A divisão entre os números diz para qual tipo de uso aquele chip é indicado, no geral:

  • PCs básicos: AMD Ryzen 3, 5 ou 7 com nome de modelo com a letra G ao final (como Ryzen 3 3200G ou Ryzen 7 5700G).
  • PCs intermediários: Ryzen 5 e Ryzen 7 sem uma letra adicional ou com um X ao final (como Ryzen 5 5600 ou Ryzen 7 7700X)
  • PCs de alto desempenho ou gamer: Ryzen 7 ou Ryzen 9 com X ou X3D ao final (como Ryzen 7 5800X3D ou Ryzen 9 7950X3D)

A geração é indicada no segundo número após o termo "Ryzen". Um chip Ryzen 5 6600 é um de 6ª geração, por exemplo, e ainda é recente.

PARA INTEL: A geração mais recente é a 13ª geração dos Intel Core (i3, i5, i7 ou i9), lançada em meados de 2022.

A divisão é feita entre:

  • PCs básicos: processadores Intel Celeron e Intel Core i3
  • PCs intermediários: Intel Core i5
  • PCs de alto desempenho ou gamer: Intel Core i7 ou Core i9.

O sistema de identificação segue uma ordem específica.

Exemplo: um Intel Core i5-1235U é um chip de 12ª geração – que aparece depois de marca (Intel), família de processadores (Core i5), no número de produto (1235U).

Se o número de produto não for indicado ou mostrar algo abaixo de 9ª geração da Intel, pode ser um modelo obsoleto com pequenas atualizações e que não compensa instalar em um PC novo.

Na AMD, esse limite fica abaixo da 3ª geração (que foi lançada em 2019). Acima disso, melhor.

Placa mãe

A placa mãe é a "cola" que unifica todas as partes do computador e é nela que os componentes são encaixados.

Sua escolha deve ser feita baseada no processador (AMD ou Intel), o máximo de memória RAM desejada e no número de conexões que o consumidor quer ter no seu PC.

Entram aqui as portas USB, USB-C, conectores SATA (para discos rígidos e outros itens), por exemplo.

A placa mãe também é o guia para o formato do gabinete do computador, que segue padrões de mercado – os mais comuns são o ATX e mATX.

"Uma boa dica é checar no site do fabricante da placa mãe qual o hardware compatível com aquela placa", explica Alfredo Heiss, especialista em hardware da AMD.

As marcas devem indicar isso em uma parte denominada HCL ("Hardware Compatible List", lista de hardware compatível, em inglês).

Essa lista costuma estar disponível nos sites dos fabricantes, na página de suporte da placa mãe. Algumas marcas podem mostrar a informação do HCL como "Suporte para CPU e memória/Drivers e software".

O HCL deve listar itens compatíveis já testados pela fabricante da placa mãe, como memórias, SSD e placas de vídeo. Desse modo, o novo PC não corre o risco de usar uma memória RAM que não seja compatível e dê erro.

E a dica de ouro é sempre comparar os valores com o que é esperado da máquina. De nada adianta comprar "placa mãe barata com processador caro, alguma coisa vai dar errado", explica Heiss, da AMD.

Memória RAM

O mínimo indicado para usar em um PC é 8GB, de acordo com os especialistas consultados pelo g1.

Na montagem de um PC, é necessário checar se a placa mãe e a memória RAM escolhida são compatíveis com os padrões DDR4 (mais popular e barato) e DDR5 (mais cara, veloz e com a vantagem de ter maior eficiência no consumo de energia).

Placa de vídeo

A placa de vídeo, também chamada de GPU, é a parte que determina a experiência do consumidor na hora de jogar. Ela serve para aumentar o desempenho em games.

Pode ser uma das peças mais caras do computador, dependendo do modelo escolhido.

Alguns processadores da Intel e AMD contam com uma placa de vídeo integrada (que faz parte do sistema).

Elas são mais indicadas para os consumidores que querem jogar games em modo mais básico, sem alta definição ou grande desempenho.

“É a porta de entrada para quem quer começar a entrar no mundo gamer”, explica Patricia Lenny, responsável por placas de vídeo na AMD.

Já as placas externas são chamadas de dedicadas e instaladas na placa mãe, indicadas para quem quer jogar com maior performance e resolução de tela.

Os modelos mais comuns são as AMD Radeon e NVidia GeForce, que funcionam com placas mãe compatíveis com AMD e Intel.

A Intel também tem uma linha mais nova de placas gráficas, chamada Arc.

Armazenamento interno (SSD/HD)

Os especialistas recomendam usar o SSD, disco de estado sólido, como principal local para armazenar o sistema operacional e os aplicativos.

O desempenho vai ser mais rápido e sem gargalos.

O HD – disco rígido – é um método de armazenamento mais lento, mas com maiores capacidades. Pode ser usado em paralelo com o SSD para guardar arquivos de trabalho, fotos e vídeos, entre outros.

Fonte, gabinete, cooler

Esses itens são essenciais para fornecer a estrutura do PC (gabinete), a energia para os componentes (fonte) e a ventilação interna da máquina e do processador (cooler).

A escolha do gabinete deve ser atrelada ao tamanho da placa mãe. Os gabinetes indicados na lista já vêm com a fonte de 500W e ventoinhas para ventilação.

A fonte requer um cálculo de consumo estimado de energia da placa mãe e da placa de vídeo, para que o PC funcione corretamente. Esse dado é fornecido pelos fabricantes.

Ao final do processo de montagem, os cabos internos devem ser organizados dentro do gabinete, para não atrapalhar no fluxo de ar e aquecer demais o computador.

Sistema operacional

Depois de tudo montado e organizado, é hora de ligar a máquina e instalar o sistema operacional, que pode ser o Linux – que tem versões gratuitas – ou o Windows 11 Home, da Microsoft.

O sistema é vendido direto da fabricante por R$ 1.200. Outras versões do sistema, como a Windows 11 Pro, eram encontradas nas lojas da internet pelo mesmo valor.

A Microsoft também oferece uma lista de produtos compatíveis com o Windows 11 em seu site.

Monitor e periféricos

Monitor e os periféricos – teclado, mouse, microfone externo, webcam, headset – são o último passo a escolher dessa parte de hardware do PC.

O Guia de Compras ensina a comprar alguns deles:

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