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Por g1


Nota de US$ 5 dólares — Foto: REUTERS/Thomas White

O dólar fechou em queda de 0,94%, cotado a R$ 5,0037, nesta quarta-feira (23), em meio a um contínuo frisson pela divisa brasileira, que tem como pano de fundo a busca de investidores internacionais por ativos considerados descontados e com maior potencial de rentabilidade.

É a primeira vez que a cotação da moeda fecha a R$ 5 desde 30 de junho de 2021, quando chegou a R$ 4,9728.

O real liderou mais uma vez os ganhos entre as principais moedas globais, mas pares emergentes próximos, como os pesos mexicano, colombiano e chileno, também tiveram impulso, em parte pelo rali em curso das commodities e pela perspectiva de políticas monetárias mais apertadas nesses países--razões que também se aplicam ao Brasil.

Com o resultado desta terça, o dólar passou a acumular queda de 5,69% no mês e de 10,24% no ano.

Em dois momentos do dia — por volta de 11h e 16h (de Brasília) —, o dólar chegou a operar abaixo de R$ 5. Na mínima intradiária, pela tarde, a cotação desceu a R$ 4,9944, queda de 1,12%.

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Cenário

No exterior, os investidores monitoram os desdobramentos da crise entre Ucrânia e Rússia após os Estados Unidos e outros países ocidentais anunciarem a primeira onda de sanções contra Moscou. Veja aqui o resumo dos últimos eventos.

"Até agora, as sanções impostas pelo Ocidente não são tão pesadas quanto se poderia esperar e o mercado aparentemente está levando isso como uma vitória em meio a indícios de que o presidente russo, Vladimir Putin, pode estar aberto a uma solução diplomática", avaliou Russ Mold, diretor de investimentos da AJ Bell.

Por aqui, o IBGE divulgou que o IPCA-15, que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou para 0,99% em fevereiro, atingindo 10,76% em 12 meses, acima dos 10,20% dos 12 meses anteriores, puxado pela alta das mensalidades escolares.

Apesar da queda do dólar nas últimas semanas, os preços mais altos das commodities, sobretudo do petróleo, pressionam para um quadro inflacionário ainda pouco confortável. Analistas têm avaliado que a inflação tende a permanecer acima dos 10% por mais alguns meses ainda.

O mercado financeiro elevou pela sexta semana seguida a estimativa de inflação para 2022, que passou de 5,50% para 5,56%, segundo boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda.

Para a taxa básica de juros, a Selic, foi mantida a expectativa de 12,25% ao ano para o fim de 2022. O mercado financeiro manteve também a previsão de crescimento do PIB deste ano em 0,30%. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 recuou de R$ 5,58 para R$ 5,50. Para o fim de 2023, caiu de R$ 5,45 para R$ 5,36 por dólar.

Participantes do mercado têm atribuído a performance do real nas últimas semanas à percepção de que o Brasil está atrativo para novos fluxos de dinheiro estrangeiro, em razão da trajetória de alta da Selic e com o diferencial de juros em relação a outras economias aumentando a rentabilidade do mercado brasileiro de renda fixa.

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