O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta sexta-feira (22) que o leilão dos aeroportos de Galeão (Rio de Janeiro) e Confins (Minas Gerais), realizado pela manhã, foi "muito bem sucedido".
"Significa que há apetite dos investidores para entrar no programa de concessões brasileiro. Quando você oferece um produto rentável, você atrai competição, atrai esses investidores. São R$ 19 bilhões [Galeão]. Não é um leilão pequeno. É um leilão grande", disse o ministro da Fazenda.
Isso mostra, na avaliação de Guido Mantega, que o viajante brasileiro terá, em breve, condições "muito melhores em praticamente os principais aeroportos do país".
Concessões
Segundo ele, as concessões estão indo bem. "Já fizemos boas concessões de gás, petróleo, rodovia. Vamos continuar tendo concessões neste ano. Teremos mais três concessões de rodovias ainda neste ano, que também são atraentes. Portanto, deverão atrair os competidores. Estamos satisfeitos com este resultado", declarou.
Leilão de aeroportos
A terceira rodada de concessões de aeroportos brasileiros garantiu ao governo Dilma Rousseff uma arrecadação total de R$ 20,8 bilhões - o que representa um ágio de 251,74% em relação ao mínimo fixado pelo governo, de R$ 5,9 bilhões.
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O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi arrematado por R$ 19 bilhões (ágio de 293,91%) pelo consórcio Aeroportos do Futuro. Já o de Confins, em Minas Gerais, foi arrematado por R$ 1,82 bilhão (ágio de 66%), pelo consórcio AeroBrasil. Os lances mínimos eram de R$ 1,096 bilhão para Confins e R$ 4,828 bilhões para o Galeão.
O prazo de concessão será de 25 anos para o Galeão e de 30 anos para Confins. Pelo modelo adotado pelo governo, a Infraero – estatal responsável pela administração dos aeroportos federais – será sócia do consórcio vencedor com 49% de participação.
Vencedores
O consórcio Aeroportos do Futuro é composto pela Odebrecht TransPort Aeroportos S.A., com 60% de participação, e pelo operador Excelente B.V. (cujo titular é a Changi, operadora do aeroporto de Cingapura), com participação de 40%.
Já o consórcio AeroBrasil, que arrematou Confins, é formado pelas empresas Companhia de Participações em Concessões CPC, que é controlada pela CCR (75%), Zurich Airport International AG (24%) e Munich Airport International Beteiligungs GMBH (1%).
Ao todo, cinco consórcios participaram do leilão realizado nesta sexta-feira na sede da Bovespa, em São Paulo. Foram apresentadas cinco propostas para o Galeão, e três para Confins. Na fase viva-voz, apenas Confins teve novas propostas apresentadas.
Iniciativa privada
O processo de entrega da infraestrutura aeroportuária brasileira à iniciativa privada teve início em agosto de 2011, quando foi leiloada a concessão para construção e operação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.
São Gonçalo foi arrematado pelo consórcio Inframérica – o mesmo que depois venceria o leilão do aeroporto de Brasília –, com proposta de R$ 170 milhões e ágio de 228,82% em relação ao mínimo exigido pelo governo para a outorga.
Já em fevereiro de 2012, o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília rendeu ao governo R$ 24,5 bilhões, ágio médio de 347% em relação à soma dos lances mínimos para os três, de R$ 5,477 bilhões. No total, 11 consórcios participaram da disputa.
O maior ágio foi do aeroporto de Brasília, que obteve oferta de R$ 4,51 bilhões pelo Consórcio Inframérica, com lance 673,39% sobre o preço mínimo. Em segundo lugar ficou o de Guarulhos, com ágio de 373,51%, oferecido pelo Consórcio Invepar ACSA, cuja proposta foi de R$ 16,21 bilhões. O Consórcio Aeroportos Brasil arrematou o de Campinas, com oferta de R$ 3,821 bilhões, 159,75% acima do preço mínimo.