Depois de protestarem em frente ao Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado, em Fortaleza, uma comissão dos professores das universidades estaduais em greve foi recebida por representantes da Casa Militar no início na noite desta quarta-feira (6). Após cerca de uma hora de reunião, os grevistas e o governo do estado não avançaram nas negociações das reividicações. Professores e alunos pedem contratação de mais professores e melhorias na infraestrutura dos campi em Fortaleza e no interior do estado. Os docentes querem uma audiência com o governador Cid Gomes, que viajou para Brasília.
“A Casa Militar afirmou que não pode avançar nenhuma decisão. O encontro de hoje não deu em nada, não a luta, a luta continua”, afirmou a representante da Universidade Regional do Cariri (Urca), Suzana Rangel. Na tarde desta quarta-feira (6), cerca de 1.500 pessoas, professores e alunos da Universidade Regional do Cariri (Urca), Universidade do Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Estadual do Ceará (Uece) se concentraram na Praça da Imprensa, no Bairro Dionísio Torres, e caminharam em direção ao Palácio da Abolição.
Antes da comissão formada por representantes de cada universidade ser recebida pelo Governo do Estado, houve confronto entre os manifestantes e os policias militares que lançaram bombas de efeito moral e gás. Os professores controlaram a situação e conversaram com os policiais militares até serem recebidos. O governador do Estado, Cid Gomes, está viajando. Com o resultado do encontro, professores e alunos afirmaram que os protestos vão continuar.
Motoristas reclamaram de congestionamentos no entorno da sede do Governo do Estado. O trânsito foi bloqueado para veículos na Avenida da Abolição e na Rua Deputado Moreira da Rocha. Soldados da Polícia Militar, Choque e Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) fazem o isolamento da área, com apoio de barras de contenção.
Pichações e vidraças destruídas
Uma minoria de mascarados tentou iniciar um confronto com policiais que fazia o bloqueio na área, mas não houve reação da polícia e o pequeno grupo deixou o local. Um dos manifestantes chegou a disparar um rojão, mas apontou o artefato na direção errada.
Na Avenida da Abolição, enquanto o grupo se dispersava após o protesto, os mascarados destruíram vidraças e picharam paredes de estabelecimentos. A vidraça de pelo menos concessionárias foram depredadas.
Greve
Os professores pararam as atividades da Uece 29 de outubro; antes disso, parte dos alunos já deixado de frequentar as aulas em protesto por melhoria nos campi da universidade. Segundo o professor Geovani Facó, que faz parte do movimento grevista, o campus do Itaperi, que era o único que ainda realizava atividades, deve parar as aulas a partir desta terça-feira. “Como a decisão não foi unânime, é possível que professores de alguns cursos ainda deem aula nos próximos dias, mas a decisão tomada em assembleia é paralisação total”, diz.
Nesta terça-feira (5), professores da Universidade Regional do Cariri, também paralisaram as atividades reivindicando contratação de mais professores e melhorias na infraestrutura. Um grupo de professores do Cariri participa do protesto em Fortaleza.
A assessoria do governo informou que o governador do Ceará, Cid Gomes, está em Brasília e não negocia com servidores em greve.