18/11/2014 15h16 - Atualizado em 18/11/2014 15h32

Infestação de Aedes aegypti põe em risco 135 cidades brasileiras

Mosquito é responsável pela transmissão da dengue e do chikungunya.
Levantamento verifica se há larvas dos mosquitos nos imóveis.

Do G1, em São Paulo

Aedes Aegypti mosquito da dengue (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)Aedes aegypti transmite dengue e chikungunya (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)

Segundo o Ministério da Saúde, 135 cidades estão em situação de risco para a ocorrência de epidemias devido à infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e do chikungunya. O número anterior, divulgado no dia 7 de novembro, era de 125 municípios. De acordo com a pasta, nessas cidades foram encontrados larvas do mosquito em mais de 3,9% das casas visitadas.

As informações integram o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes Aegypti (LIRAa), feito em outubro, que analisou a existência de locais com larvas em 1.737 cidades. Seu objetivo é apontar as regiões com maior risco de transmissão das doenças.

Info Chikungunya V1 (Foto: Editoria de Arte/G1)

Segundo o governo, outras 612 cidades foram classificadas em situação de alerta (pois tinham entre uma e três casas a cada cem com larvas) e 990 apresentaram situação satisfatória (um ou menos imóveis de cada centena continha focos do Aedes aegypti).

De acordo com o levantamento, Rio Branco é a única capital em situação de risco, com índice de 4,2. São 13 as capitais que apresentaram situação de alerta (Boa Vista, Palmas, Salvador, Porto Alegre, Cuiabá, Vitória, Maceió, Natal, Recife, São Luís, Aracaju, Belém e Porto Velho) e outras 11 estão com índices satisfatórios (Curitiba, Florianópolis, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Macapá, Teresina e João Pessoa). Duas capitais (Manaus e Fortaleza) ainda não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa.

No ano passado, o LIRAa apontou 159 municípios em situação de risco e 539 em alerta. Apesar do número de cidades consideradas críticas ter sido menor este ano em relação a 2013, há uma preocupação maior por causa dos casos de chikungunya. Até 25 de outubro, foram diagnosticados 824 casos da febre no país. O primeiro foi confirmado em setembro. Já os casos de dengue somam 556.317 este ano.

De acordo com a pasta, o estudo é importante para reduzir a transmissão durante o verão,  que é a estação mais propícia, já que a combinação de chuva e calor é ideal para a procriação do Aedes aegypti.

Nova campanha
Com o slogan “O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também”, o ministério lançou uma campanha neste mês para chamar a atenção sobre a importância da prevenção ao mosquito transmissor das duas doenças.

Foram produzidas peças publicitárias com imagens que mostram os criadouros do Aedes aegypti, como vasos de plantas com água, sacos de lixo, caixas d’água abertas, pneus desprotegidos e garrafas plásticas destampadas. De acordo com a pasta, é preciso destacar que a forma de combate ao foco do mosquito é a mesma para se evitar as duas doenças.

Chikungunya e dengue
A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.

Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diferentemente da dengue, que tem quatro subtipos, o chikungunya é único. Uma vez que a pessoa é infectada e se recupera, ela se torna imune à doença. Quem já pegou dengue não está nem menos nem mais vulnerável ao chikungunya: apesar dos sintomas parecidos e da forma de transmissão similar, tratam-se de vírus diferentes.

Infográfico Dengue (Foto: Arte/G1)

 

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