Márcio Sousa morreu na tarde desta terça-feira (22) — Foto: Redes sociais/Reprodução
“A vida dele era estudo, casa e igreja. Era só isso. Ele vivia pelos estudos dele”, assim Marcos Sousa, irmão de Márcio Sousa da Silva, de 49 anos, descreveu o missionário morto a tiros na tarde desta terça-feira (22) no bairro do Muca, na Zona Sul de Macapá (Veja o vídeo mais abaixo).
Márcio foi morto com pelo menos três tiros que atingiram diferentes regiões do corpo. O acusado, um homem de 23 anos, foi preso ainda na noite desta terça, na Zona Sul.
À polícia, ele confessou que cometeu o crime por ordem de uma organização criminosa atuante no Estado. Em depoimento, ele disse que praticou o crime para "quitar" uma dívida por drogas com a facção.
Um segundo acusado que aparece nas imagens que registraram o momento da execução continua foragido.
Universitário é atingido por diversos disparos e morre na Zona Sul
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (23), a polícia detalhou que a prisão do primeiro suspeito levou a polícia a ter indícios de que a morte de Márcio possa ter acontecido por engano, já que a vítima e o suspeito não se conheciam.
Missionário e universitário
Márcio Sousa, de 49 anos — Foto: Redes sociais/Reprodução
De acordo com a família, Márcio se dividia entre os estudos e a vida religiosa. Ele não tinha filhos. No momento do crime a vítima estava caminhando para o ponto de ônibus para ir até o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (Ifap), onde era acadêmico do curso de matemática e do curso técnico em segurança do trabalho.
Segundo a família, o caminho sempre era o mesmo, entre as vias Hildemar Maia e Santos Dumont, local onde aconteceu o crime.
"Ele morava comigo, aqui no bairro do Muca, morava em casa, e ele não saía, ele era uma pessoa do bem. Ele passava o dia estudando. Ele pegava o ônibus aqui no início da Hildemar Maia, para isso atravessava Santos Dumont, para ir para o Ifap e só voltava às 23h", detalhou o irmão da vítima.
Para o futuro, os planos estavam diretamente ligados aos estudos, relembrou o familiar:“ Ele ia se formar agora [...] tinha o sonho de se formar, de fazer um concurso, de ser chamado, de ganhar o próprio dinheirinho dele”.
Entre os colegas de turma, o sentimento é de dor, mas a lembrança que fica é da atuação de Márcio como acadêmico.
“Márcio sempre esteve junto de nós, era um colega muito prestativo e estudioso. Sempre que podia nos ajudava no que fosse preciso. Ontem estávamos esperando ele para apresentar um trabalho, quando recebemos a notícia ficamos sem chão”, disse Valcélia Oliveira, de 51 anos.
Em nota, o Ifap lamentou o acontecido e decretou luto oficial de cinco dias.
Márcio e os colegas de turma do Ifap — Foto: Valcélia Oliveira/Arquivo pessoal
A igreja onde o homem congregava há anos na manhã desta quarta-feira (23) foi palco das últimas homenagens ao missionário. Entre os fiéis, o sentimento por Márcio era de companheirismo.
“Meu irmão era uma pessoa do bem. Era missionário aqui da igreja, fazia trabalhos sociais, trabalho de grande relevância, ajudar as pessoas, dar sopão. Era uma pessoa voltada para a comunidade”, disse o irmão do missionário.
Das investigações
Para a polícia, o segundo acusado é uma peça fundamental para descobrir a motivação e encontrar os mandantes do crime.
A princípio, a polícia tratava o caso como latrocínio, mas após ir até a cena do crime junto dos peritos, identificou o caso como uma execução.
A audiência de custódia do homem preso está marcada para ocorrer na tarde desta quarta-feira (23).
📲 Siga as redes sociais do g1 Amapá e Rede Amazônica: Instagram, Facebook e X (Twitter)
📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Amapá