Sobreviventes e parentes de vítimas recordam, nesta quinta-feira (26), o 20º aniversário do terremoto, seguido de um tsunami, ocorrido no Oceano Índico, que deixou mais de 220 mil mortos em vários países em 2004. O desastre natural é considerado um dos piores da história.
Há exatos 20 anos, um tremor de 9,1 graus de magnitude no oeste da Indonésia gerou ondas de até 30 metros que atingiram mais de 10 países, do território indonésio ao da Somália. Um total de 226.408 pessoas morreu, segundo a EM-DAT, uma base de dados de desastres mundiais.
Abaixo, o Diário do Nordeste faz uma recapitulação dos principais pontos do tsunami mortal.
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Ondas de 30 metros de altura
A ruptura ocorrida ao longo de uma falha, uma das mais largas já observada, segundos antes das 7h59 (horário local) de 26 de dezembro de 2024, provocou uma das catástrofes naturais mais letais da história. A origem do terremoto está relacionada à ruptura da zona de subducção entre duas placas, a placa da Índia e a microplaca Andaman, em 1.200 km.
O tremor gerou ondas de mais de 30 metros de altura e liberou uma energia equivalente a 23 mil vezes à potência da bomba atômica lançada em Hiroshima. A magnitude do terremoto foi avaliada inicialmente em 8,8, mas depois o Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS) a situou em 9,1, e sua profundidade em 30 km. O epicentro foi localizado 160 km ao oeste da costa de Sumatra.
O vasto arquipélago indonésio tem uma atividade sísmica e vulcânica frequente por estar localizado na área conhecida como "Anel de Fogo do Pacífico" — área de cerca de 40 mil quilômetros onde estão cerca de 70% dos vulcões ativos do mundo e coincide com as extremidades de uma das maiores placas tectônicas do planeta. Região concentra aproximadamente 90% dos terremotos já registrados, segundo a BBC.
Terrível balanço humano
No total, o tsunami causou 226.408 mortos, segundo a EM-DAT, uma base de dados mundial sobre catástrofes. A região mais afetada foi o norte da ilha de Sumatra, onde mais de 120 mil pessoas faleceram. Na Indonésia, o balanço chegou a 165.708 mortos. As enormes ondas atravessaram o Oceano Índico e atingiram o Sri Lanka, a Índia e a Tailândia horas depois.
As ondas se deslocaram a quase 800 km/h quando atingiram o máximo de sua velocidade. Isso representa o dobro do que um trem de alta velocidade atinge.
Mais de 35 mil pessoas morreram no Sri Lanka e 16.389 faleceram na Índia. Na Tailândia, houve 5 mil mortos, metade de turistas estrangeiros. Além disso, 3 mil pessoas foram declaradas desaparecidas. As ondas também atingiram a África. Mais de 300 pessoas morreram na Somália e mais de 100 nas Maldivas.
1,5 milhão de deslocados
O tsunami provocou o deslocamento de mais de 1,5 milhão de pessoas e gerou uma ajuda de emergência de 14 bilhões de dólares por parte da comunidade internacional, segundo as Nações Unidas. Milhares de edifícios foram destruídos e comunidades inteiras ficaram sem lar.
A cidade indonésia de Banda Aceh, no extremo norte de Sumatra, teve que ser praticamente reconstruída. Mais de 100 mil casas foram reconstruídas apenas na província indonésia de Aceh, segundo o governo.
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O que mudou após o desastre?
O tsunami também obrigou as comunidades na costa do Índico a prestar contas sobre seu nível de preparação diante de tais catástrofes. No momento do tsunami não existia nenhum sistema de alerta na região. Segundo especialistas, a ausência de um dispositivo de aviso coordenado em 2004 agravou o impacto da catástrofe.
Atualmente, quase 1,4 mil estações em todo o mundo permitem o envio de um alerta de tsunami apenas alguns minutos após a formação do fenômeno. De acordo com especialistas, o mundo está mais bem preparado do que nunca, graças aos milhões de dólares investidos em sistemas de alerta de tsunami. As consequências de um tsunami de grandes proporções, no entanto, nunca poderão ser totalmente evitadas, alertam os cientistas.