Suspeito de matar CEO da United Healthcare estudou em universidade de ponta e foi orador de turma

Luigi Mangione fundou grupo para desenvolver jogos e tinha boa reputação entre ex-colegas de escola

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Washington

Acusado de assassinar Brian Thompson, CEO da United Healthcare, em Nova York, Luigi Mangione, 26, estudou engenharia em uma das melhores universidades dos Estados Unidos e vem de família proeminente, com boas condições financeiras.

Mangione foi preso na manhã de segunda-feira (9) por acusações de porte de arma em Altoona, Pensilvânia, após ser identificado por um funcionário do McDonald's. Ele segue detido no estado e tenta evitar a extradição para Nova Iorque, onde enfrenta a acusação por homicídio do executivo da empresa de seguros.

Antes de estar no centro das atenções nos Estados Unidos, o jovem tinha bons antecedentes, tanto criminais quanto comportamentais, e aparentava ser saudável. Isso mudou, segundo veículos norte-americanos, há alguns meses, quando Mangione se afastou do contato com família e amigos.

A imagem mostra um grupo de policiais em uma operação noturna. Eles estão vestidos com coletes pretos que têm a palavra 'POLICE' em letras brancas. A cena ocorre em uma rua, com um veículo escuro à esquerda e uma iluminação fraca ao fundo. Os policiais parecem estar em ação, com alguns se movendo em direção a um indivíduo que está sendo abordado.
Luigi Mangione escoltado pela polícia na Pensilvânia - Rachel Wisniewski/NYT

O distanciamento coincidiu, segundo pessoas próximas relataram, com um período em que ele teria feito uma cirurgia para tratar fortes dores nas costas. A própria página do suspeito no X tem uma imagem de raio-X de uma coluna com implantes. A dor que ele relatava e comentários em resenhas sobre livros na internet são algumas pistas da polícia para traçar um perfil de Mangione e ajudar a desvendar o motivo do homicídio.

Segundo o Departamento de Polícia de Nova York, ele cresceu em Maryland, e, recentemente, passou um tempo vivendo em Honolulu, no Havaí.

De acordo com o jornal The New York Times, o suspeito vem de uma família tradicional em Baltimore, que tem uma rede de centros de reabilitação para idosos e também prosperou com bens imobiliários, como dois clubes de golfe.

Na faculdade, Mangioni foi membro da fraternidade Phi Kappa Psi e fundou um clube para o desenvolvimento de jogos. Ele deu entrevistas ao blog da universidade, chamado de Penn Today, falando sobre o interesse na criação de videogames. De acordo com o jornal The Daily Pennsilvanya, o post que levava para a entrevista foi deletado após a notícia da prisão.

Antes da universidade, o jovem estudou na Gilman School em Baltimore, uma tradicional escola particular para homens na região. Mangione se destacou no colégio, onde foi orador da turma em que se formou, em 2016.

Em vídeo do discurso da formatura, ele ressalta o caráter "inventivo" e "pioneiro" da sua turma.

"Aos parentes aqui hoje, primeiro, nos mandar a essa escola foi longe de um pequeno investimento. Quero agradecer a todos por nos mandarem para esta escola", afirmou no discurso.

O jornal The Baltimore Banner relatou que o diretor da escola mandou um aviso à comunidade dizendo não ter mais informações além do reportado pela imprensa e lamenta a notícia.

"Esta é uma notícia profundamente angustiante, além de uma situação já terrível. Nossos corações estão com todos os afetados," escreveu Henry Smyth, diretor da escola.

Ex-alunos do colégio que estudaram com Mangione contaram ao veículo que ele era um aluno inteligente, uma pessoa simpática e com um ciclo social saudável. A notícia da prisão foi recebida como um choque entre ex-colegas.

Mangione mantinha contas ativas no X, no Instagram e no Linkedln. No Instagram, a maioria dos registros são imagens com amigos e família.

No X, ele compartilhava notícias a respeito de saúde mental, importância de exercício físico e outras reflexões. De uns tempos para cá, passou a publicar mensagens mais reflexivas sobre problemas da sociedade.

Mangione parecia um ávido leitor. "Quando todas as formas de comunicação falham, a violência é necessária para sobreviver", afirma uma crítica publicada na Amazon, atribuída a uma pessoa com o nome dele, a respeito do ensaio "Industrial Society and Its Future" (sociedade industrial e seu futuro), também conhecido como Manifesto do Unabomber.

Segundo o New York Times, o perfil de Mangione, antes uma pessoa aparentemente saudável e sem histórico de problemas de saúde mental, mudou de seis meses para cá. Amigos do suspeito que falaram com o veículo relataram que o jovem sumiu e não mantinha mais contato com a família nem com pessoas próximas.

Uma pessoa que morou perto de Mangione no Havaí também contou ao New York Times que o suspeito relatava ter fortes dores nas costas e que havia deixado Honolulu temporariamente para fazer uma cirurgia na coluna.

Em mensagens numa conta do Reddit, ele falou sobre suas questões de saúde. Relatou que sofria com dor nas costas até fazer uma cirurgia em 2023. Disse também ter lutado contra o que chamou de "nevoeiro cerebral".

O suspeito foi identificado na manhã desta segunda-feira (9), na Pensilvânia, por um funcionário do McDonalds, que telefonou para a polícia relatando a suspeita. O policial responsável pela prisão ingressou há apenas seis meses na corporação.

O suspeito foi encontrado com uma arma fantasma, um supressor (mais comumente chamado de silenciador) e cartões de identificação falsos semelhantes aos que se acredita terem sido usados pelo assassino, disseram as autoridades.

Ele também carregava manifesto manuscrito de três páginas que mostrava que ele tinha "alguma má vontade em relação à América corporativa", disse Joseph Kenny, chefe de detetives do Departamento de Polícia de Nova York, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda.

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