A Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou, nesta terça-feira (24), a joint venture entre Amil e Dasa que cria a segunda maior rede de hospitais do Brasil.
A operação, anunciada ao mercado em junho, irá reunir 25 hospitais, seis clínicas oncológicas e seis clínicas médicas na Ímpar Serviços Hospitalares, que terá gestão compartilhada entre as duas empresas. O presidente-executivo da nova empresa será Lício Cintra, CEO da Dasa desde fevereiro de 2024 e antigo conselheiro e vice-presidente de fusões e aquisições da Hapvida.
Ao todo, serão 4.400 leitos, majoritariamente localizados na região Sudeste e no Distrito Federal, com maior concentração nas capitais e em Niterói (RJ). O faturamento anual estimado é de R$ 10 bilhões.
A nova rede de hospitais só fica atrás da Rede D’Or em tamanho, que conta com 11.700 leitos.
Apesar do tamanho e da penetração da Ímpar, o Cade avaliou que há "presença de elementos de entrada e rivalidade suficientes para afastar a probabilidade de exercício de poder de mercado por parte das empresas em todos os mercados relevantes" e que "a operação não acarretaria risco de fechamento de mercado".
As negociações para a fusão acontecem desde o início de 2024, quando o fundador da Qualicorp, José Seripieri Filho, assumiu o controle da Amil por R$ 11 bilhões. Conhecido como Júnior, ele propôs conversas de negociação com a família Godoy Bueno, controladora da Dasa.
A Dasa ainda recebeu propostas de fusão com a Alliança Saúde, do empresário Nelson Tanure, mas as tratativas não foram adiante.
A Amil e seu grupo controlador atuam em todo território nacional na oferta de planos de saúde médico-hospitalares e de planos odontológicos. O grupo possui ainda hospitais e centros médicos, rede credenciada de médicos, hospitais, clínicas e laboratórios. Já a Dasa atua no mercado de serviço de apoio diagnóstico em seus laboratórios, bem como no mercado de hospitais gerais, clínicas médicas e odontológicas.
O negócio traz um alívio financeiro para a Dasa, que transferiu parte das dívidas (R$ 3,85 bilhões, de R$ 9,6 bilhões no total) para a Ímpar. A empresa ainda pode segregar sua participação de 50% no novo empreendimento caso opte por uma eventual listagem na B3, no segmento Novo Mercado. Não haverá aporte de dívida líquida da Amil.
A receita líquida combinada das empresas totalizou, no ano passado, R$ 9,9 bilhões (R$ 5,7 bilhões dos ativos Dasa e R$ 4,2 bilhões dos ativos Amil), com Ebitda estimado em R$ 777 milhões (R$ 600 milhões vindos da Dasa e R$ 177 milhões da Amil).
O conselho de administração da Ímpar terá três representantes de cada empresa controladora e três independentes, de acordo com o fato relevante. Dulce Pugliesi, cofundadora da Amil, será a presidente do conselho.
Veja os hospitais que passam para a nova operação
>Da Amil:
Em São Paulo
- Hospital Samaritano Higienópolis
- Hospital Samaritano Paulista
- Hospital Alvorada Moema
- Hospital e Maternidade Madre Theodora
No Rio de Janeiro
- Hospital Pró-Cardíaco
- Hospital Samaritano Botafogo
- Hospital Samaritano Barra
- Hospital Vitória Barra
- Hospital e Maternidade Santa Lúcia
No Distrito Federal e em Pernambuco
- Hospital Alvorada Brasília (DF)
- Hospital Santa Joana Recife (PE)
>Da Dasa:
Em São Paulo
- Hospital Nove de Julho
- Unidade Nove de Julho Alphaville
- Hospital Santa Paula
- Hospital Leforte Liberdade
- Hospital Leforte Morumbi
- Innova Hospital
- Hospital Cristóvam da Gama
No Rio de Janeiro
- Hospital São Lucas Copacabana
- Complexo Hospitalar Niterói
- Hospital do Carmo
No Distrito Federal e no Paraná
- Maternidade Brasília (DF)
- Hospital Brasília Águas Claras (DF)
- Hospital Brasília (DF)
- Hospital Paraná (PR)
Ficaram de fora o Hospital Promater, (RN), Hospital Monte Klinikum (CE) e o Hospital Maternidade Santa Lucia (RJ), por parte da Amil, e os hospitais e unidades de oncologia da Dasa localizados na região Nordeste (Hospital São Domingos, Hospital da Bahia e AMO).
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