Descrição de chapéu Obituário Quincy Jones (1933 - 2024)

Morre Quincy Jones, lendário produtor musical, aos 91 anos

Entre suas principais obras, está 'We Are the World', que reuniu nomes como Michael Jackson, Bob Dylan e Lionel Richie

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O músico, arranjador e produtor Quincy Jones, um dos principais nomes da música americana, morreu neste domingo (3), aos 91 anos. Ele foi reconhecido por trabalhos que vão de Count Basie a Frank Sinatra e pela reformulação da música pop, ao colaborar com Michael Jackson.

O músico, arranjador e produtor Quincy Jones - Alessandro Garofalo - 26.nov.10/Reuters

Jones deixou sua marca em trabalhos que vão do jazz ao hip hop. Em seis décadas de carreira, foi ainda trompetista e líder de banda. Uma de suas produções mais celebradas é o disco "Thriller", de Michael Jackson, que entrou para a história como um dos mais vendidos de todos os tempos.

O assessor de Jones, Arnold Robinson, informou que ele morreu em sua casa, na região de Bel Air, em Los Angeles, ao lado da família. A causa da morte não foi informada.

"Esta noite, com corações cheios, mas partidos, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones", disse a família, em um comunicado. "Embora esta seja uma perda imensa para nossa família, celebramos a grande vida que ele teve e sabemos que nunca haverá outro como ele."

Um workaholic de estúdio e virtuoso em lidar com egos delicados, Jones moldou gravações de grandes nomes do jazz, como Miles Davis, produziu Sinatra e reuniu o conjunto de superestrelas que gravou o projeto beneficente "We Are the World", de 1985, a música de maior sucesso na época, com nomes como Bob Dylan e Lionel Richie.

Jones ainda escreveu trilhas sonoras de filmes e coproduziu "A Cor Púrpura", assim como o programa de televisão dos anos 1990 "Um Maluco no Pedaço", que lançou a carreira de Will Smith.

O produtor recebeu 80 indicações ao Grammy e venceu 28. Foi o primeiro compositor negro a assumir um alto cargo em uma grande gravadora, a Mercury, e foi pioneiro também no cinema hollywoodiano. Além disso, recebeu títulos honorários de Harvard, da Berklee School of Music e de outras instituições de renome.

Nascido em Chicago, Jones trabalhou com Ray Charles na adolescência e, como músico, viajou com as big bands de Lionel Hampton e de Dizzy Gillespie.

O interesse pela música surgiu quando ele e alguns amigos de infância encontraram um piano após entrarem escondidos em um centro comunitário.

"A música era a única coisa que eu podia controlar", escreveu em sua autobiografia. "Era o único mundo que me oferecia liberdade. Eu não precisava procurar por respostas. As respostas estavam ali, não mais longe do que o bocal do meu trompete e das minhas partituras rabiscadas a lápis. A música me tornava completo, forte, popular e autossuficiente."

Seu círculo de amigos incluía algumas das figuras mais conhecidas do século 20. Ele jantou com Pablo Picasso, conheceu o Papa João Paulo 2º, ajudou Nelson Mandela a celebrar seu 90º aniversário e uma vez se refugiou na ilha de Marlon Brando no Pacífico Sul para se recuperar de um colapso.

Era fã da música brasileira e chegou a desfilar na Portela em 2006, no alto de um carro alegórico, em defesa do enredo "Brasil, marca a tua cara e mostra para o mundo". Na década de 1960, compôs "Soul Bossa Nova", uma canção instrumental de jazz, após voltar de uma turnê no Brasil com Gillespie.

Em fevereiro de 2018, o artista pediu desculpas após entrevistas polêmicas em que acusou Michael Jackson de roubar canções e dizer que os Beatles eram os piores músicos do mundo. Com Jackson, além de "Thriller", em 1982, ele fez "Off the Wall", de 1979, e "Bad", de 1987.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.