Donald Trump está furibundo com os chineses. Prometeu intensificar a artilharia comercial contra Pequim depois que o gigante asiático respondeu à primeira onda de protecionismo norte-americano.
O contexto da escaramuça embute a provável recaída das economias desenvolvidas na recessão depois de anos de crescimento. O efeito da guerra comercial sobre o desalento no mundo rico não há de ser bom.
Os líderes do G7 reunidos até este domingo (25) em Biarritz, na França, quebram a cabeça na tentativa de encontrar soluções políticas e técnicas capazes de ao menos limitar os danos desse choque de nuvens carregadas.
Com as taxas de juros perto das mínimas da história documentada do capitalismo e a caixa de feitiçarias adicionais da política econômica esvaziada, há quem defenda só ter restado como balão de oxigênio a ampliação das despesas do governo e dos seus déficits.
Se o Estado gastador funcionar, só vai empurrar para a frente o problema de fundo: as economias ricas exibem sinais reiterados de estafa na sua capacidade de produzir cada vez mais com o mesmo volume de trabalho.
Em 1950, uma hora trabalhada na Alemanha rendia US$ 8 em bens e serviços. Quase sete décadas depois, o indicador chegou a US$ 71, mas o ritmo da elevação veio caindo ao longo do período e tende a zero.
Organismos vivos não crescem ilimitadamente, populações tampouco. Há quem preveja o mesmo para a economia, com base em boa teoria. Do outro lado, seus críticos postulam a capacidade quase infinita do sistema de absorver ideias novas e ampliar horizontes.
Em qualquer hipótese, o protecionismo dos tiozões contra a molecada emergente é péssima resposta, porque freia a incorporação de vastos contingentes à economia moderna. Menos gente engajada nessa aventura significa menos riqueza e menos ideias para driblar a profecia da estagnação secular.
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