Prefeito de São Bernardo do Campo (SP), maior cidade administrada pelo PSDB no país, Orlando Morando decidiu deixar o partido, ao qual é filiado há quase 20 anos.
"O PSDB perdeu a sua essência, suas diretrizes, o diálogo com a sociedade. Virou um partido de cartório, que não respeita a militância", diz ele, que está concluindo seu segundo mandato no município do ABC paulista.
Ele afirma que não definiu ainda seu futuro partidário e que ficará um tempo sem legenda. Diz que deverá disputar a eleição de 2026, mas ainda não decidiu a que cargo.
A desfiliação de Morando é mais um baque para os tucanos, que vêm perdendo quadros importantes com rapidez nos últimos anos. Recentemente, outro prefeito de cidade importante do estado, Duarte Nogueira, de Ribeirão Preto, já havia anunciado sua saída.
Morando diz que tomou a decisão com tristeza. "O PSDB deu uma contribuição enorme para o Brasil e para São Paulo. Mas os ideais de Fernando Henrique Cardoso, de Mário Covas, de Franco Montoro há muito se perderam", declarou.
O prefeito reclama do domínio do partido por lideranças que, segundo ele, não têm compromisso com a história da legenda, como o deputado Aécio Neves (MG), o presidente Marconi Perillo e o governador Eduardo Leite (RS).
O trio foi responsável por uma intervenção no diretório do partido em São Paulo em março deste ano, em que o ex-presidente Marco Vinholi foi retirado do cargo para dar lugar ao prefeito de Santo André, Paulo Serra.
"Foi uma sequência de ingerências e ações ilegítimas que ferem profundamente os valores que sempre guiaram a trajetória política. Tais práticas representam não apenas um desrespeito aos membros que compõem a base partidária, mas também uma afronta à confiança do eleitorado e aos ideais que deveriam nortear o exercício da política e não para defesa de interesses pessoais", declarou Morando.
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