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Editado por Fábio Zanini, espaço traz notícias e bastidores da política. Com Guilherme Seto e Danielle Brant

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Descrição de chapéu Caixa Econômica Federal

Troca de presidente de fundo de pensão da Caixa opõe alas do governo

Fernando Haddad (Fazenda) quer indicar ex-chefe de gabinete de Alexandre Padilha (Relações Institucionais) para lugar de aliado de Wellington Dias (Desenvolvimento Social)

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Brasília

A tentativa de troca de presidente da Funcef (Fundação dos Economiários Federais), fundo de pensão de funcionários da Caixa Econômica Federal, gerou atrito entre ministérios do governo e provocou uma forte mobilização da associação que representa aposentados e pensionistas do banco.

Fachada da agência da Caixa Econômica Federal localizada na rua Direita, no Centro Histórico de São Paulo - Rafaela Araújo/Folhapress

A informação de que o servidor de carreira Ricardo Pontes, que preside a fundação e é amigo do ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social), poderia ser substituído por Richard Back, ex-chefe de gabinete do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), começou a circular no final da semana passada.

Dias esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último domingo (13) para pedir que a troca fosse barrada. Back tem o apoio de Padilha e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para assumir o posto. Na conversa com Dias, Lula teria dito que não autorizou nenhuma substituição, segundo interlocutores do ministro.

O ministro do Desenvolvimento Social também falou com o presidente da Caixa, Carlos Vieira.

Além de ter exercido cargos no banco, entre eles o de supervisor geral, Pontes também ocupou postos no Piauí, onde foi superintendente de Relações Institucionais e Sociais, da Secretaria de Governo, nos dois primeiros mandatos de Wellington Dias (2003-2010). Entre outras posições, também foi diretor-presidente da PiauíPrev (Fundação Piauí Previdência) por cerca de três anos.

Back, por sua vez, trabalhou no Congresso e em lideranças partidárias e na do governo. Em 2015, migrou para o mercado financeiro, onde trabalhou na XP Investimentos até 2022.

No ano seguinte, passou a atuar como chefe de gabinete de Padilha, onde tinha como uma das atribuições ajudar na relação com o mercado financeiro e dar suporte à pauta econômica de Haddad.

O Funcef tem mais de R$ 100 bilhões em recursos sob gestão. No ano passado, o fundo teve ganho de R$ 11,7 bilhões, o melhor resultado nos últimos quatro anos.

Uma das versões que circula sobre o motivo para a troca seria uma insatisfação em ala do governo com a gestão de Pontes, que foi indicado pela Caixa depois de um processo seletivo e assumiu a presidência em março do ano passado.

Ele teria dificuldade de interlocução com outros fundos de pensão, com Postalis (Correios), Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil).

Presidente da Fenacef (Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal), Valfrido Oliveira sai em defesa do atual presidente. "Ele é funcionário de carreira da Caixa, um excelente administrador que está fazendo um trabalho muito bom em função de que conhece os meandros da Caixa e da fundação", diz.

Oliveira ajudou a mobilizar participantes do fundo para tentar impedir a substituição, que considera que pode prejudicar os interesses do Funcef. "Nós não podemos permitir que se coloque uma pessoa que não é do ramo para gerir um fundo desse potencial. Isso é a nossa garantia para o futuro", afirma.

O Painel procurou Back, mas ele não quis se manifestar.

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