Islândia prorroga autorização de caça de baleias até 2029

País, ao lado de Noruega e Japão, é dos últimos que mantêm a atividade, criticada por ambientalistas

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Reykjavik (Islândia) | AFP

A Islândia, que junto à Noruega e ao Japão, é dos únicos países que autorizam a caça de baleias, concedeu, nesta quinta-feira (5), permissão a dois navios para continuar com essa controversa atividade por mais cinco anos.

Reykjavik autorizou a captura anual de 209 baleias-comuns e 217 baleias-minke por temporada, que ocorre de meados de junho a setembro, conforme anunciou o governo.

Em 2023, a Islândia suspendeu a caça às baleias por dois meses após uma investigação governamental ter concluído que os métodos empregados violavam as leis de bem-estar animal.

A imagem mostra um navio de carga em águas abertas, com um tripulante vestido de colete amarelo observando. Parte de uma baleia é visível na superfície da água, com a parte inferior do corpo e a cauda emergindo. O navio tem uma estrutura de madeira e metal, com detalhes em vermelho e branco.
O navio Hvalur 9 é visto transportando uma baleia-fin de 20 metros de comprimento de seu casco para a planta de processamento em Hvalfjordur, perto de Reykjavik, na Islândia - Halldor Kolbeins - 24.jun.22/AFP

A agência veterinária pública demonstrou que os arpões explosivos utilizados pelos caçadores causavam uma agonia de várias horas nas presas.

Após essa investigação, o governo autorizou a retomada da caça com determinadas restrições nos métodos empregados, além de impor a presença de inspetores oficiais a bordo dos navios baleeiros, que devem filmar a captura de cada cetáceo.

"A democracia não foi respeitada, e a concessão da permissão vai contra os interesses do clima, da natureza e do bem-estar dos animais", protestaram, em um comunicado conjunto, a Associação Islandesa de Meio Ambiente e seu grupo de jovens ativistas.

A decisão do governo islandês foi tomada três dias após um tribunal da Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, decidir prolongar a detenção provisória do ativista ambiental Paul Watson, cuja extradição foi solicitada pelo Japão devido à sua luta contra a caça às baleias.

O ativista ambiental de 73 anos, que tem nacionalidade americana e canadense e recentemente solicitou a cidadania francesa, foi preso no dia 21 de julho em Nuuk, capital da Groenlândia.

A imagem mostra um homem de barba branca e cabelo longo, vestido com um casaco escuro, caminhando em direção a um grupo de policiais. Ele parece estar sendo acompanhado por dois policiais, um deles com um uniforme escuro e o outro com um uniforme claro. Ao fundo, há veículos policiais e um edifício com janelas.
O ativista anti-caça às baleias Paul Watson chega para uma audiência no tribunal em Nuuk, na Groenlândia - Leiff Josefsen - 2.out.24/AFP

No momento da prisão, Watson, fundador da ONG Sea Shepherd, estava a bordo de seu navio, o John Paul DeJoria, com o objetivo de interceptar um navio baleeiro japonês.

O Japão pede sua extradição devido a um caso de 2010, também relacionado à caça de baleias.

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